quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
LIVRO VIDE VERSO - FEITIÇO
COMPOR
É UM FEITIÇO
DE AGRADÁVEL
COMPULSÃO
EM CRIAR
FANTASIAS,
MISTÉRIOS,
SEDUÇÕES.
CATARSE
NA POESIA.
CONFISSÕES
DE CRITÉRIOS,
MUITAS
INQUIRIÇÕES,
ALGUNS
DESPAUTÉRIOS,
VÁRIAS SENSAÇÕES.
LIVRO VIDE VERSO - O ESPELHO PERDIDO
NOS REFLEXOS DA ALMA
HÁ UM ESPELHO DOURADO,
PEQUENO, QUADRADO.
UMA SALA SOLENE,
UM VASO CHINÊS,
UM PORTA RETRATO.
NO FUNDO DA IMAGEM,
UM MENINO CORRENDO,
PASSANDO, SE VENDO.
O MENINO BRINCANDO,
CAINDO, BRIGANDO,
CRESCENDO, SE VENDO.
NO ESPELHO DOURADO
O MENINO FORMADO.
ALGUMAS LUTAS VENCEU.
VÁRIAS VIDAS VIVEU.
E O ESPELHO DOURADO,
PEQUENO, QUADRADO,
NO TEMPO PERDEU.
HÁ UM ESPELHO DOURADO,
PEQUENO, QUADRADO.
UMA SALA SOLENE,
UM VASO CHINÊS,
UM PORTA RETRATO.
NO FUNDO DA IMAGEM,
UM MENINO CORRENDO,
PASSANDO, SE VENDO.
O MENINO BRINCANDO,
CAINDO, BRIGANDO,
CRESCENDO, SE VENDO.
NO ESPELHO DOURADO
O MENINO FORMADO.
ALGUMAS LUTAS VENCEU.
VÁRIAS VIDAS VIVEU.
E O ESPELHO DOURADO,
PEQUENO, QUADRADO,
NO TEMPO PERDEU.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
LIVRO VIDE VERSO - OLHOS DE AMOR
OLHOS MAGOADOS,
OLHOS AUSENTES,
TENTANDO O PASSADO
VIVER NO PRESENTE.
OLHOS SEM COR,
EM TRISTE TORPOR,
SEM MAIS FIXAR,
POIS NÃO HÁ TEU OLHAR.
OLHOS VAZIOS,
SEM CALOR.
TORNARAM-SE ARREDIOS.
OLHOS VADIOS!
JÁ NEM OLHOS DE DOR,
JÁ NEM MÁGOA ABAFADA,
SÓ OLHOS, MAIS NADA,
AQUELES OLHOS DE AMOR.
OLHOS AUSENTES,
TENTANDO O PASSADO
VIVER NO PRESENTE.
OLHOS SEM COR,
EM TRISTE TORPOR,
SEM MAIS FIXAR,
POIS NÃO HÁ TEU OLHAR.
OLHOS VAZIOS,
SEM CALOR.
TORNARAM-SE ARREDIOS.
OLHOS VADIOS!
JÁ NEM OLHOS DE DOR,
JÁ NEM MÁGOA ABAFADA,
SÓ OLHOS, MAIS NADA,
AQUELES OLHOS DE AMOR.
TELENY
LIVRO O FIO DE CRISTAL - TELENY - RESENHA
TELENY OU O REVERSO DA
MEDALHA
Autor: Oscar Wilde e Amigos
Editora HEDRA
2008
Um jovem aristocrata
Camille des Grieux, ao assistir um concerto beneficente, do qual sua mãe é
uma das patrocinadoras, sente despertar uma forte emoção ao encontrar o
violinista húngaro René Teleny. Este, ao vê-lo, do palco, também fica
impressionado mas, age como se já esperasse o encontro, como algo predestinado.
Toca maravilhosamente bem, em função de um amor que pressente. Camille, assustado
com o aflorar desse sentimento tão exacerbado por um homem, prefere não mais encontrá-lo,
evitando seus concertos e sua presença. Tenta, como prova a si mesmo, seduzir
uma jovem empregada da casa, mas, apesar do desejo, não conclui o ato porque a
moça não o permite. Continuando a se enganar, vai a um bordel feminino de baixa
categoria, com amigos, e sai enojado, não apenas sexualmente, mas com o retrato
da miséria humana desses locais. Ao saber, por sua mãe, que o violinista vem
tocando muito mal e está quase sem plateia, volta, uma noite ao teatro,
escondido no fundo do camarote, interessado em revê-lo. Sem olhar, mas ao
sentir a presença de Camille, ele começa a executar uma peça triste,
admiravelmente bem tocada, deixando o público, novamente, encantado.
Ao encontrarem-se, Camille aceita o convite do artista e não mais bloqueia seus anseios. Os dois iniciam um romance e o jovem aristocrata conhece a felicidade na companhia e nos braços do violinista.
Embora felizes, Teleny, descendente de ciganos, tem presságios de que alguma coisa poderia estragar tão intenso amor. Mais experiente nas práticas homo afetivas, o violinista delicia Camille, que sente-se cada vez mais atraído. Frequentam festas e algumas orgias de extremo exagero, encontrando nobres, autoridades e pessoas que Camille jamais imaginaria poderem estar ali. O casal é invejado por muito dos presentes, pela alegria que demonstram em terem um ao outro.
Gastando mais do que podia, o violinista acaba com dívidas e ao saber que Camille quer pagá-las, recusa totalmente. Sem contar, Camille salda os débitos.
Sua mãe, admirando o amigo do filho, fala cada vez mais sobre sua arte e beleza.
Embora sabendo que seria um absurdo, Camille chega a sentir um pouco de ciúmes.
Uma sutil mudança começa a ocorrer na união dos dois e o jovem aristocrata sente algo misterioso quando o violinista adia encontros e faz viagens inesperadas. Com ciúmes, passa a rondar sua casa, da qual, inclusive, possuía a chave de entrada, mas nada vê.
O artista sempre volta a encontrá-lo, amando loucamente, apaziguando-o. Seu olhar, porém, expõe uma tristeza que Camille não consegue interpretar. Os dois sabem que se amam e que não poderiam viver separados. Ao se tocarem, os corpos ardem de amor e desejo.
No entanto, Camille continua inseguro. Uma noite, na qual o artista diz ter que viajar, antes da despedida, Camille quer confessar que, por carinho, saldou suas dívidas. Mas a carruagem chega e o jovem nada diz. Num último abraço, Teleny parece um fantasma, com os olhos cheios de agonia. Camille, mais uma vez, fica intrigado.
Aproveitando a ausência do amigo, volta ao seu escritório e interessa-se por todo o serviço que tinha deixado a cargo de seu administrador. Trabalha até o anoitecer. Já muito tarde, vai vagando a esmo. Quando, por saudades, seus passos o levam até a casa de seu amor, vê luz e movimentos. Tudo deveria estar vazio. Desconfiado de ladrões, usa sua chave e, sem qualquer barulho, chega ao quarto do violinista.
Escuta vozes. Sem querer acreditar, olhando pelo buraco da fechadura, vê uma linda jovem senhora, revelando um corpo maravilhoso, no ato do amor com o artista. Querendo fugir, sem saber como agir ante a decepção, não refreia sua curiosidade e entra abruptamente no quarto, vendo que a jovem senhora é a sua mãe. Sai atarantado, sem reações, completamente aturdido. Vai até o rio, aonde joga-se. É salvo por desconhecido e passa dias numa clínica. Quando melhora, sua primeira intenção é voltar à casa do amante, pedindo uma explicação, pois não consegue deixar de amá-lo e até perdoá-lo. Ao chegar, escuta gemidos e vê o violinista com uma faca enterrada no peito. Num esforço final, ele declara seu amor a Camille e morre em seus braços. O jovem aristocrata fica doente por semanas e o drama sai em jornais, de maneira velada.
Teleny deixa uma carta a Camille dizendo que, como a mãe dele tinha pago suas dívidas e estava apaixonada por ele, esta foi a única maneira de indenizá-la, a única razão de sua infidelidade.
Toda essa história, desde seu início, Camille está contando para um amigo não revelado. Quando ele pergunta sobre o que aconteceu com a mãe, o filho diz que uma outra vez contaria as aventuras dela.
Considerações:
O livro, ao que se pensa, foi escrito por amigos de Oscar Wilde e teria sido revisado por ele. Publicado pela Livraria Francesa de Londres, em 1893, os 200 exemplares foram recolhidos, juntamente com os manuscritos e colocados numa caixa, no Museu Britânico. Poderia ser consultado, mas só seria publicado, novamente, em 1986.
A ação parece acontecer em Paris (o que não fica claro, apesar de nomes e certas frases serem ditas em francês, principalmente no bordel).
Se for verdadeiro, o fato torna o livro mais curioso, como se, sendo ambientado na França, país de conhecidas liberdades, pudesse ser validado ante a censura inglesa. No entanto, foi escrito por ingleses e revisado por um irlandês.
Seu texto, muito romântico, é bastante obsceno nas descrições dos relacionamentos. O exagero do amor, o arrebatamento, os estremecimentos de deleite, a liberdade licenciosa, os êxtases, revelados nos seus mais íntimos detalhes físicos, me pareceram, mais do que uma gratuita pornografia, uma proposital vontade de rebeldia dos autores, ao divulgar a homossexualidade existente na Inglaterra, (punida pela lei), mas conhecida e abafada, conforme os interesses do falso moralismo do período vitoriano.
Contudo, o próprio conceito da obra, na minha opinião, vem a ser contraditório, porque demonstra uma essência muito moralista, ao fazer com que seus principais personagens sofram grande tragédia, terminada na morte de um deles, como se tal amor jamais pudesse dar certo na vida real e precisasse, ainda, ter o supremo castigo do espantoso envolvimento da figura materna.
Talvez, esse final tenha sido criado, até pela existência de resquícios morais latentes no subconsciente de seus escritores, como se precisassem dar uma justificativa a um texto tão sensual e ousado, inconcebível de ser publicado e aceito, na época.
Obs: Oscar Wilde
(1854-1900) famoso romancista irlandês, casado e pai de dois filhos, ao se
apaixonar (e ser amado) por um jovem aristocrata inglês, foi processado e preso
por homossexualismo, de 1895 a 97, em Londres. Após sua liberdade passou a
viver na França e na Itália. Escreveu obras famosas como:
O Retrato de Dorian Gray, Salomé, O Príncipe Feliz, O Leque de Lady Windermere, O Jovem Rei, O Fantasma de Canterville e Contos.
Autor: Oscar Wilde e Amigos
Editora HEDRA
2008
Ao encontrarem-se, Camille aceita o convite do artista e não mais bloqueia seus anseios. Os dois iniciam um romance e o jovem aristocrata conhece a felicidade na companhia e nos braços do violinista.
Embora felizes, Teleny, descendente de ciganos, tem presságios de que alguma coisa poderia estragar tão intenso amor. Mais experiente nas práticas homo afetivas, o violinista delicia Camille, que sente-se cada vez mais atraído. Frequentam festas e algumas orgias de extremo exagero, encontrando nobres, autoridades e pessoas que Camille jamais imaginaria poderem estar ali. O casal é invejado por muito dos presentes, pela alegria que demonstram em terem um ao outro.
Gastando mais do que podia, o violinista acaba com dívidas e ao saber que Camille quer pagá-las, recusa totalmente. Sem contar, Camille salda os débitos.
Sua mãe, admirando o amigo do filho, fala cada vez mais sobre sua arte e beleza.
Embora sabendo que seria um absurdo, Camille chega a sentir um pouco de ciúmes.
Uma sutil mudança começa a ocorrer na união dos dois e o jovem aristocrata sente algo misterioso quando o violinista adia encontros e faz viagens inesperadas. Com ciúmes, passa a rondar sua casa, da qual, inclusive, possuía a chave de entrada, mas nada vê.
O artista sempre volta a encontrá-lo, amando loucamente, apaziguando-o. Seu olhar, porém, expõe uma tristeza que Camille não consegue interpretar. Os dois sabem que se amam e que não poderiam viver separados. Ao se tocarem, os corpos ardem de amor e desejo.
No entanto, Camille continua inseguro. Uma noite, na qual o artista diz ter que viajar, antes da despedida, Camille quer confessar que, por carinho, saldou suas dívidas. Mas a carruagem chega e o jovem nada diz. Num último abraço, Teleny parece um fantasma, com os olhos cheios de agonia. Camille, mais uma vez, fica intrigado.
Aproveitando a ausência do amigo, volta ao seu escritório e interessa-se por todo o serviço que tinha deixado a cargo de seu administrador. Trabalha até o anoitecer. Já muito tarde, vai vagando a esmo. Quando, por saudades, seus passos o levam até a casa de seu amor, vê luz e movimentos. Tudo deveria estar vazio. Desconfiado de ladrões, usa sua chave e, sem qualquer barulho, chega ao quarto do violinista.
Escuta vozes. Sem querer acreditar, olhando pelo buraco da fechadura, vê uma linda jovem senhora, revelando um corpo maravilhoso, no ato do amor com o artista. Querendo fugir, sem saber como agir ante a decepção, não refreia sua curiosidade e entra abruptamente no quarto, vendo que a jovem senhora é a sua mãe. Sai atarantado, sem reações, completamente aturdido. Vai até o rio, aonde joga-se. É salvo por desconhecido e passa dias numa clínica. Quando melhora, sua primeira intenção é voltar à casa do amante, pedindo uma explicação, pois não consegue deixar de amá-lo e até perdoá-lo. Ao chegar, escuta gemidos e vê o violinista com uma faca enterrada no peito. Num esforço final, ele declara seu amor a Camille e morre em seus braços. O jovem aristocrata fica doente por semanas e o drama sai em jornais, de maneira velada.
Teleny deixa uma carta a Camille dizendo que, como a mãe dele tinha pago suas dívidas e estava apaixonada por ele, esta foi a única maneira de indenizá-la, a única razão de sua infidelidade.
Toda essa história, desde seu início, Camille está contando para um amigo não revelado. Quando ele pergunta sobre o que aconteceu com a mãe, o filho diz que uma outra vez contaria as aventuras dela.
Considerações:
O livro, ao que se pensa, foi escrito por amigos de Oscar Wilde e teria sido revisado por ele. Publicado pela Livraria Francesa de Londres, em 1893, os 200 exemplares foram recolhidos, juntamente com os manuscritos e colocados numa caixa, no Museu Britânico. Poderia ser consultado, mas só seria publicado, novamente, em 1986.
A ação parece acontecer em Paris (o que não fica claro, apesar de nomes e certas frases serem ditas em francês, principalmente no bordel).
Se for verdadeiro, o fato torna o livro mais curioso, como se, sendo ambientado na França, país de conhecidas liberdades, pudesse ser validado ante a censura inglesa. No entanto, foi escrito por ingleses e revisado por um irlandês.
Seu texto, muito romântico, é bastante obsceno nas descrições dos relacionamentos. O exagero do amor, o arrebatamento, os estremecimentos de deleite, a liberdade licenciosa, os êxtases, revelados nos seus mais íntimos detalhes físicos, me pareceram, mais do que uma gratuita pornografia, uma proposital vontade de rebeldia dos autores, ao divulgar a homossexualidade existente na Inglaterra, (punida pela lei), mas conhecida e abafada, conforme os interesses do falso moralismo do período vitoriano.
Contudo, o próprio conceito da obra, na minha opinião, vem a ser contraditório, porque demonstra uma essência muito moralista, ao fazer com que seus principais personagens sofram grande tragédia, terminada na morte de um deles, como se tal amor jamais pudesse dar certo na vida real e precisasse, ainda, ter o supremo castigo do espantoso envolvimento da figura materna.
Talvez, esse final tenha sido criado, até pela existência de resquícios morais latentes no subconsciente de seus escritores, como se precisassem dar uma justificativa a um texto tão sensual e ousado, inconcebível de ser publicado e aceito, na época.
O Retrato de Dorian Gray, Salomé, O Príncipe Feliz, O Leque de Lady Windermere, O Jovem Rei, O Fantasma de Canterville e Contos.
domingo, 1 de fevereiro de 2015
LIVRO VIDE VERSO - O VELHO EVANGELHO
AH! O SAGRADO EVANGELHO
COMO SE TORNOU VELHO
PARA A CONVIVÊNCIA ATUAL.
TODOS OS BONS PRECEITOS
CEDERAM ANTE NOSSOS DEFEITOS.
AMAI COMO A TI MESMO,
VIROU CONCEITO A ESMO.
COM A COBIÇA QUE ATIÇA,
DÊ A DEUS O QUE É DE DEUS,
O MUNDO MODERNO DEU ADEUS.
E É TÃO CONTRADITÓRIO.
É NOTÓRIO QUE TODOS QUEREM PAZ,
MAS NINGUÉM SE PREOCUPA MAIS.
A INTENSA INDIFERENÇA
ENFRAQUECEU NOSSA MORAL
PARA AFASTAR ESSE CAOS.
COMO SE TORNOU VELHO
PARA A CONVIVÊNCIA ATUAL.
TODOS OS BONS PRECEITOS
CEDERAM ANTE NOSSOS DEFEITOS.
AMAI COMO A TI MESMO,
VIROU CONCEITO A ESMO.
COM A COBIÇA QUE ATIÇA,
DÊ A DEUS O QUE É DE DEUS,
O MUNDO MODERNO DEU ADEUS.
E É TÃO CONTRADITÓRIO.
É NOTÓRIO QUE TODOS QUEREM PAZ,
MAS NINGUÉM SE PREOCUPA MAIS.
A INTENSA INDIFERENÇA
ENFRAQUECEU NOSSA MORAL
PARA AFASTAR ESSE CAOS.
sábado, 31 de janeiro de 2015
LIVRO FIO DE CRISTAL - SOPHIA LOREN- AUTOBIOGRAFIA -
SOPHIA LOREN
ONTEM, HOJE E AMANHÃ
A MINHA VIDA
EDITORA BEST-SELLER
2014
O INÍCIO DA VIDA DE
SOPHIA LOREN É SOBEJAMENTE CONHECIDO.
ATÉ MINISSÉRIE FOI FEITA PELA TELEVISÃO ITALIANA. NASCIDA EM NÁPOLES, EM 1934, ORIUNDA DE FAMÍLIA DE BAIXA CLASSE MÉDIA, SUA MÃE, QUANDO EM ROMA, TENTANDO UMA CARREIRA NO CINEMA, FOI SEDUZIDA POR UM HOMEM CASADO. DEU À LUZ A ESSA FILHA, E APÓS, VOLTOU PARA A CASA MATERNA, EM POZZUOLI, PERTO DE NÁPOLES. A MENINA VIVEU UMA VIDA SIMPLES NA CASA DE SEUS AVÓS, FREQUENTANDO A ESCOLA E VIVENDO DA RENDA DE SUA MÃE, PROFESSORA DE PIANO. A VIDA SE MODIFICOU, CHEGANDO À MISÉRIA, DURANTE O FIM DA 2ª. GUERRA MUNDIAL, QUANDO OS ALIADOS, PARA ENTRAREM NA ITÁLIA, BOMBARDEARAM NÁPOLES E ARREDORES, DEIXANDO A TODOS SEM EMPREGO, SEM ÁGUA, SEM LUZ, SEM GÁS E QUASE SEM MORADIA. A FAMÍLIA CHEGOU ATÉ A PASSAR FOME.
SOPHIA TORNOU-SE UMA JOVEM TÍMIDA (POR NÃO TER UM PAI EM CASA E POR SUA MÃE, NOVAMENTE COM O MESMO SEDUTOR, TER MAIS UMA FILHA, MARIA, A IRMÃ CAÇULA). AJUDANDO EM CASA, EM PEQUENOS SERVIÇOS, VAI SE RESTABELECENDO DOS HORRORES DA GUERRA, PRINCIPALMENTE PORQUE OS AMERICANOS RECONSTROEM GRANDE PARTE DO QUE ARRUINARAM, PERMITINDO UMA VOLTA À VIDA QUASE NORMAL. MUITO ALTA PARA SUA IDADE E MAGRA, NO COLÉGIO, TEM O APELIDO DE SOPHIA PALITO. COM A IDADE, PORÉM SUAS FORMAS VÃO SE DESENVOLVENDO, TORNANDO-A BELA. SUA MÃE, LEVA-A PARA ROMA E A INSCREVE EM CONCURSOS DE BELEZA. NÃO OS VENCE. ENTRETANTO, COMEÇA A SER OLHADA POR VÁRIOS PRODUTORES DE CINEMA. SUA BELEZA EXÓTICA INICIA SUA ATRAÇÃO.
SOBREVIVE FAZENDO HEROÍNAS EM REVISTAS DE FOTO-NOVELAS ATÉ CONSEGUIR PEQUENOS PAPÉIS EM FILMES DE SEGUNDA CATEGORIA.
DE 1950 A 52, TRABALHA NUMA GRANDE QUANTIDADE DELES E SEU NOME (SOFIA SCICOLONE, DEPOIS SOFIA LÁZARO E FINALMENTE SOPHIA LOREN) COMEÇA A SE DESTACAR NOS LETREIROS. A PARTIR DE 1953, PASSA A SER PROTAGONISTA.
SOPHIA TINHA SIDO INCENTIVADA A SER ATRIZ PELO PRESTIGIADO PRODUTOR CARLO PONTI, HOMEM CASADO E 20 ANOS MAIS VELHO. AVALIANDO SEU POTENCIAL DE REPRESENTAÇÃO E IMPRESSIONADO POR SUA DIFERENTE BELEZA, RESOLVE APOSTAR NA JOVEM ATRIZ, INTRODUZINDO-A EM FILMES MELHORES. APRIMORA SUA ATUAÇÃO, A ESTIMULA LER LIVROS CLÁSSICOS E ESTUDAR ARTE E LÍNGUAS.
IGNORANDO OS PROTESTOS DE SUA MÃE, SOPHIA INICIA UM ROMANCE COM PONTI, POR QUEM SE APAIXONA. SUAS PERSONAGENS FAZEM SUCESSO, TRABALHANDO AO LADO DE OUTRO JOVEM ARTISTA, EM RÁPIDA ASCENÇÃO, MARCELLO MASTROIANNI, COM QUEM, ALÉM DE GRANDE AMIZADE, FARÁ UMA DEZENA DE FILMES FAMOSOS.
CONVIDADA, EM 1954, POR VITTORIO DE SICA, ATOR E DIRETOR ITALIANO, PARA INTERPRETAR O PAPEL DE UMA CONFEITEIRA DE PIZZA, NUM EPISÓDIO DO FILME
OURO DE NÁPOLES, FAZ SUCESSO INTERNACIONAL.
GANHANDO BONS SALÁRIOS, MORA NUM APARTAMENTO, EM ROMA, COM SUA MÃE E A IRMÃ. OS DIAS DE FOME FICAM PARA TRÁS. PARTICIPA DE PRODUÇÕES EUROPEIAS E, TAMBÉM, NORTE-AMERICANAS PRODUZIDAS NA ITÁLIA E NA ESPANHA, PELOS ESTÚDIOS DA FOX, UNITED ARTISTS, PARAMOUNT. ASSIM, CONTRACENA COM ATORES COMO ALAN LADD, FRANK SINATRA, CARY GRANT, JOHN WAINE.
DESTACADA PELA FAMA, ACEITA A OFERTA DE CONTRATO COM A PARAMOUNT E DESEMBARCA, AOS 24 ANOS, EM 1958, NA MECA DO CINEMA MUNDIAL, HOLLYWOOD, COMO A NOVA DIVA EUROPEIA DO CINEMA. SEUS PRIMEIROS FILMES, NO ENTANTO, NÃO FAZEM GRANDE SUCESSO. SÃO OU MUITO TRÁGICOS OU COMÉDIAS TOLAS. DESTACAM-SE APENAS A CHAVE, COM WILLIAM HOLDEN E A ORQUÍDEA NEGRA, COM ANTONY QUINN, NOS QUAIS, EMBORA SEXY SYMBOL, DEMONSTRA SEU TALENTO DRAMÁTICO. CARLO PONTI, POR PROCURAÇÃO, DIVORCIA-SE DE SUA MULHER, NO MÉXICO E CASA COM SOPHIA. ELA FILMA COM CARY GRANT, COM O NOVATO TAB HUNTER E COM STEVE FORREST. QUANDO A FAZEM FICAR LOIRA PARA UM FRACO FILME DE WESTERN, O PISTOLEIRO E A BELA AVENTUREIRA, RESOLVE VOLTAR A ITÁLIA,
APESAR DO MEDO DO PROCESSO JUDICIAL MOVIDO CONTRA PONTI, POR BIGAMIA. A LEI ITALIANA NÃO RECONHECEU NEM O DIVÓRCIO, NEM O NOVO CASAMENTO, NO MÉXICO.
FALTAVA AINDA UM ÚLTIMO FILME NO CONTRATO COM A PARAMOUNT, ACONTECEU EM NÁPOLES, QUE É REALIZADO EM 1960, EM CAPRI, NA ITÁLIA, COM CLARK GABLE.
SOPHIA FILMA COM JOHN GAVIN E MAURICE CHEVALIER O ESCÂNDALO DA PRINCESA, NA FRANÇA E A MILIONÁRIA COM PETER SELLERS, NA INGLATERRA. TODOS NO MESMO ANO. COMÉDIAS COMUNS, QUE FAZEM RELATIVO SUCESSO. A JUSTIÇA ITALIANA CONTINUA COM O PROCESSO CONTRA PONTI.
EM 1961, A ATRIZ INTERPRETA CESIRA, NO FILME DUAS MULHERES (LA CIOCIARA), LIVRO DE ALBERTO MORÁVIA, SOB A DIREÇÃO DE VITTORIO DE SICA E PRODUÇÃO DE SEU MARIDO. A GRANDE ATUAÇÃO, NO PAPEL DE UMA MULHER POBRE DURANTE A II GUERRA, COM UMA FILHA ADOLESCENTE VIOLENTADA POR SOLDADOS, LHE RENDE TODOS OS MAIS FAMOSOS PRÊMIOS DO ANO, DA PALMA DE OURO EM CANNES AO OSCAR, EM HOLLYWOOD. PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA DO CINEMA NORTE-AMERICANO, UMA ATRIZ ESTRANGEIRA, NUM FILME ESTRANGEIRO, RECEBE O OSCAR DE MELHOR ATRIZ. EM SOLO EUROPEU, SUA CARREIRA REFLORESCE.
FILMA, AINDA EM 1961, PRODUÇÕES FRANCESAS, ITALIANAS E CO-PRODUÇÕES NORTE-AMERICANAS: EL CID, COM CHARLTON HESTON, GRANDE PRODUÇÃO ÉPICA REALIZADA NA ESPANHA, MADAME SANS- GÊNE, COM MAURICE RONET E BOCCACCIO-70, FILME DE EPISÓDIOS, TAMBÉM COM ROMY SCHNEIDER E ANITA EKBERG EM HISTÓRIAS DIFERENTES. EM 62, OS CONDENADOS DE ALTONA, COM MAXIMILIAN SCHELL.
QUANDO FILMA COM MARCELLO MASTROIANNI, EM 1964, ONTEM, HOJE E AMANHÃ, OSCAR DE MELHOR FILME ESTRANGEIRO, SOB A DIREÇÃO DE VITTORIO DE SICA, VOLTA A FAZER GRANDE SUCESSO.
O PROCESSO DO MARIDO, POR BIGAMIA, CONTINUA. APÓS ANOS DE PETIÇÕES, SEM SUCESSO, DIVERSOS ADVOGADOS ENVOLVIDOS E SOLICITAÇÕES DE ANULAÇÃO DO PRIMEIRO CASAMENTO NEGADAS, O CASAL DECIDE MUDAR PARA PARIS.
EM 1964, PONTI RECEBE DO GOVERNO FRANCÊS A NACIONALIDADE FRANCESA IN HONORIS CAUSAE, POR SUA CONTRIBUIÇÃO À ARTE.
ASSIM, PODE ENTRAR NA ITÁLIA, SEM PROBLEMAS.
COM A MELHORA FINANCEIRA, O CASAL ADQUIRIU, ANTERIORMENTE A IDA PARA PARIS, UM ANTIGO PALÁCIO CARDINALÍCIO, DO SÉCULO 18, EM MARINO, PERTO DE ROMA. GASTAM MUITO TEMPO E DINHEIRO NA REFORMA DE UM PATRIMÔNIO TOMBADO PELO GOVERNO E PASSAM A VIVER E RECEBER AMIGOS NA LUXUOSA MANSÃO COMO POLÍTICOS, ARTISTAS E PRODUTORES FAMOSOS. DESDE O MÉDICO CHRISTIAN BARNARD, REALIZADOR DO PRIMEIRO TRANSPLANTE HUMANO ATÉ MARCELLO MASTROIANNI, VITTORIO DE SICA, BETTE DAVIS, RICHARD BURTON, ELIZABETH TAYLOR E OUTROS.
AO MESMO TEMPO, SOPHIA E PONTI ADQUIREM MUITAS OBRAS DE ARTE.
JÓIAS, NÃO INTERESSAM MAIS A ATRIZ, POR TER SIDO ROUBADA VÁRIAS VEZES. DE 1962 A 1968, COM RESIDÊNCIA NA ITÁLIA E NA FRANÇA, MANTÉM UMA VIDA CALMA, FAZENDO FILMES ININTERRUPTAMENTE: A COMÉDIA CASAMENTO À ITALIANA, COM MASTROIANNI E DE SICA; MAIS UM GRANDE ÉPICO A QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO (PELO QUAL RECEBE O SALÁRIO DE UM MILHÃO DE DÓLARES, QUANTIA PAGA, ATÉ ENTÃO, SOMENTE A ELISABETH TAYLOR) E AVENTURAS COMO OPERAÇÃO CROSSBOW, SOBRE A II GUERRA MUNDIAL; LADY L, COM PAUL NEWMAN; JUDITH, A LUTA PELA FORMAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL E ARABESQUE, COM GREGORY PECK, ENTRE OUTROS, ALÉM DAS COMÉDIAS ITALIANAS MAIS QUE UM MILAGRE E ESTES FANTASMAS.
EM 1966, SOPHIA FINALMENTE CASA-SE COM CARLO PONTI DENTRO DAS LEIS FRANCESAS. NO MESMO ANO É CONVIDADA PARA FILMAR A CONDESSA DE HONG KONG.
A ATRIZ ENTUSIASMA-SE POR TRABALHAR COM UM DOS MAIS FAMOSOS DIRETORES DO CINEMA MUNDIAL: CHARLES CHAPLIN. COMO PAR MASCULINO FOI CONTRATADO MARLON BRANDO. FORMA-SE UMA DUPLA DE SUPER ARTISTAS: PREMIADA COM O OSCAR, NO AUGE DA POPULARIDADE E DIRIGIDA POR UM LENDÁRIO DIRETOR.
POR CONHECER A FAMA DE MARLON BRANDO COMO ATOR INSUBORDINADO, CHAPLIN E OS PRODUTORES REDIGEM UM CONTRATO NO QUAL ELE NÃO PODERÁ CAUSAR QUALQUER PROBLEMA. BRANDO AFIRMARIA DEPOIS QUE O FILME ERA TOLO E SÓ TINHA ACEITADO TRABALHAR PORQUE PRECISAVA DE DINHEIRO.
APESAR DE SIMPÁTICO, A CONDESSA DE HONG KONG NÃO FAZ SUCESSO DA CRÍTICA, POR ACHAR QUE CHAPLIN ESTAVA ULTRAPASSADO NA MANEIRA DE FAZER COMÉDIA.
NA VIDA PESSOAL, NO INTUITO DE QUERER SER MÃE, SOPHIA DIMINUI O RITMO DE TRABALHO. CONHECE UM MÉDICO ESPECIALISTA NA SUÍÇA E INTERNA-SE DURANTE MESES NUMA CLÍNICA, PARA GESTAR O TÃO DESEJADO FILHO, CARLO PONTI JR., QUE NASCE EM 1969, EM GENEBRA. TRÊS ANOS DEPOIS, NAS MESMAS CONDIÇÕES DE REPOUSO, NOVAMENTE EM GENEBRA, TERIA MAIS UM FILHO, EDOARDO.
RETORNA AO CINEMA EM OS GIRASSÓIS DA RÚSSIA, EM 1969, COM MASTROIANNI E DE SICA. O FILME OBTÉM RELATIVO SUCESSO. FAZ PRODUÇÕES ITALIANAS E FRANCESAS, SEM MAIORES SIGNIFICADOS. SÓ EM 1972, VOLTA À UMA PRODUÇÃO IMPORTANTE: O HOMEM DE LA MANCHA, MUSICAL DE DALE WASSERMANN, BASEADO NO LIVRO DOM QUIXOTE E SANCHO PANÇA, DE MIGUEL DE CERVANTES, ATUANDO COM PETER O’TOOLE.
EM 1973, COM A DIREÇÃO DE DE SICA E TENDO RICHARD BURTON COMO “PARTNER”, FAZ A VIAGEM, FILME AMBIENTADO EM VENEZA E NÁPOLES, NO QUAL É UMA HEROÍNA COM DOENÇA FATAL. O FILME AGRADA PELOS ATORES E PELA BELA AMBIENTAÇÃO DE ÉPOCA, DO INÍCIO DO SÉCULO 20. FAZ, AINDA, BREVE ENCONTRO, TAMBÉM COM RICHARD BURTON.
AOS POUCOS, A ATRIZ VAI DIMINUINDO O RITMO DE TRABALHO, PREFERINDO ACOMPANHAR O CRESCIMENTO DE SEUS FILHOS, EM PARIS.
MAS CONTINUA FILMANDO DE 1976 A 1979: A TRAVESSIA DE CASSANDRA, AMOR E CIÚME, COM DIREÇÃO DE LINA WERTMÜLLER E PODER DE FOGO. O GRANDE SUCESSO DESSE PERÍODO, PORÉM, FOI UM DIA MUITO ESPECIAL, DE ETTORE SCUOLA, EM 1977, COM MARCELLO MASTROIANNI, QUE AGRADA À CRÍTICA E AO PÚBLICO.
NA ITÁLIA, APÓS ARQUIVADO O PROCESSO DE BIGAMIA, PONTI VEM A SER ACUSADO DE EVASÃO DE DIVISAS, EM RELAÇÃO A DIVERSOS FILMES.
SEU ESCRITÓRIO E CASA SÃO REVISTADOS E BENS E OBRAS DE ARTE, CONFISCADOS. NOVOS ADVOGADOS ENTRAM EM CENA. MAS O PIOR ESTARIA POR ACONTECER.
SOPHIA, FELIZ COM SUA FAMÍLIA EM SEU APARTAMENTO EM PARIS, É ACUSADA, EM 1980, DE SONEGAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA POR FILMES QUE FEZ ENTRE 1958 E 1960, QUANDO RESIDIA NO EXTERIOR. SEU CONTADOR PAGOU O IMPOSTO DEVIDO APENAS NA AMÉRICA, NA ÉPOCA. DEVERIA TER PAGO TAMBÉM NA ITÁLIA, POIS A ATRIZ ERA ITALIANA. ASSIM, SERIA CONDENADA À PRISÃO, SE VOLTASSE AO SEU PAÍS. NÃO DESEJANDO PERMANECER UMA EXILADA, SOPHIA VOLTA A NÁPOLES, ONDE É DETIDA E PRESA POR 30 DIAS. APESAR DE BEM TRATADA PELAS FREIRAS DA PRISÃO, JAMAIS ESQUECERIA O CONFINAMENTO E A DOR DA AUSÊNCIA DOS FILHOS.
ENQUANTO CUMPRIA A PENA, QUE ACABOU REDUZIDA, ENSINAVA OUTRAS DETENTAS A COZINHAREM DETERMINADOS PRATOS. NASCE DAÍ A IDÉIA DE, MAIS TARDE, LANÇAR UM LIVRO SOBRE CULINÁRIA.
APÓS A PRISÃO, SOPHIA PODE TER LIVRE TRÂNSITO. RESOLVE, NO ENTANTO, FIXAR-SE NA SUÍÇA, EM GENEBRA, AONDE TINHAM NASCIDO SEUS DOIS FILHOS.
SEUS BENS CONFISCADOS, SERIAM DEVOLVIDOS 20 ANOS DEPOIS, PELA JUSTIÇA ITALIANA, NUMA REVISÃO DO PROCESSO. SOPHIA E CARLO PUDERAM TER DE VOLTA A VALIOSA COLEÇÃO DE QUADROS, ESTIMADA EM 30 MILHÕES DE DÓLARES E OUTRAS OBRAS DE ARTE. VENDEM AS CASAS QUE POSSUÍAM NA FRANÇA E NOS ESTADOS UNIDOS, MANTENDO RESIDÊNCIAS SOMENTE EM GENEBRA E NA ITÁLIA.
TENDO FEITO POUCOS FILMES NOS ANOS 80, SOPHIA VOLTA NA DÉCADA DE 90, FILMANDO PRET À PORTER, DE ROBERT ALTMAN, SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA, COM DIREÇÃO DE LINA WERTMÜLLER, DOIS VELHOS RABUGENTOS, COM JACK LEMMON.
NOVAMENTE DIRIGIDA POR LINA WERTMÜLLER, FAZ A PEQUENA ORFÃ, EM 2001, ALÉM DE OUTRAS PRODUÇÕES PARA A TELEVISÃO EUROPEIA.
VIÚVA EM 2006, SOFRE UMA DAS MAIORES TRISTEZAS DE SUA VIDA, AO PERDER O COMPANHEIRO DE MAIS DE 50 ANOS.
EM 2011, PARTICIPA DO MUSICAL NORTE AMERICANO NINE, UMA HOMENAGEM A FELLINI. FAZ PARTICIPAÇÕES EM FILMES PARA A RAI-TELEVISÃO ITALIANA, INCLUSIVE SOBRE A HISTÓRIA DE VIDA DE SUA MÃE, EM 2013. ÀS VEZES, VOLTA A FILMAR, PARA A TELEVISÃO, SOB A DIREÇÃO DE SEU FILHO EDOARDO PONTI, QUE TORNOU-SE CINEASTA.
CONTINUA A MORAR EM GENEBRA, E É CONVIDADA PARA INÚMERAS VIAGENS TANTO PARA A ENTREGA DE PRÊMIOS EM HOLLYWOOD, COMO INAUGURAÇÕES DE NAVIOS NA ITÁLIA E NA ALEMANHA OU, ATÉ, NA FESTA DA PIRELLI, NO BRASIL, EM 2014.
SEU ÚLTIMO FILME, ATÉ O MOMENTO, É AS VOZES HUMANAS, COM DIREÇÃO DE SEU FILHO.
CONSIDERADA A ÚLTIMA GRANDE DIVA DO CINEMA, MANTÉM SEU SEX APPEAL, AOS 80 ANOS.
CONSIDERAÇÕES PESSOAIS:
O LIVRO DE SOPHIA LOREN, POR SER AUTOBIOGRAFIA, DITADA, TEM UM TOM DE AGRADECIMENTO AO CINEMA E À IMPORTÂNCIA DA UNIÃO FAMILIAR. A ATRIZ TRANSMITE GRANDE ALEGRIA PELA VIDA, MESMO AO ATRAVESSAR MOMENTOS DIFÍCEIS. RELATA ALGUNS, MAS NÃO TODOS, COMO POR EXEMPLO O PRECONCEITO QUE SENTIA, EM CRIANÇA, POR SER FILHA ILEGÍTIMA, OS INÚMEROS ABORTOS QUE SOFREU, NA TENTATIVA DE SER MÃE OU A PROPALADA DESONESTIDADE DE SEU PAI, AO EXIGIR MILHARES DE DÓLARES PARA RECONHECER A IRMÃ MARIA (JÁ ADULTA), COMO FILHA E A AÇÃO QUE ELE MOVEU (E PERDEU) EM TRIBUNAL, CONTRA SOPHIA, EXIGINDO PENSÃO, QUERENDO EXPLORÁ-LA, DEPOIS DE RICA.
NÃO COMENTA O QUANTO FOI PERSEGUIDA PELAS SENHORAS RELIGIOSAS DE MILÃO, COM GRANDE DIVULGAÇÃO PELA IMPRENSA MARROM ITALIANA, POR SEU CASO “IMORAL” COM CARLO PONTI. FALA, MUITO POR ALTO, DOS DIVERSOS ROUBOS DE JÓIAS CARAS QUE SOFREU. NÃO COMENTA O SÉRIO PROBLEMA DE CORAÇÃO, PELO QUAL PASSOU, NEM AS TENTATIVAS DE SEQUESTRO DE SEU MARIDO. NADA DIZ DA RIVALIDADE COM OUTRAS ATRIZES, PRINCIPALMENTE A TÃO FAMOSA COM A ATRIZ GINA LOLLOBRÍGIDA (QUE, NA REALIDADE, PARECE TER SIDO MAIS FOMENTADA PELA IMPRENSA) OU DA CARTA OFENSIVA QUE RECEBEU DE BRIGITE BARDOT EM RELAÇÃO A UMA PUBLICIDADE DE PELES DE LUXO (QUE NÃO SE REALIZOU). NÃO COMENTA O PÉSSIMO RELACIONAMENTO QUE TEVE COM MARLON BRANDO DURANTE A FILMAGEM DE A CONDESSA DE HONG KONG, ONDE O ATOR, ENCIUMADO PELA VISÍVEL PREFERÊNCIA DE CHAPLIN POR ELA, TUDO FEZ PARA IRRITÁ-LA. NÃO FALA SOBRE OS ATORES FAMOSOS COMO CARY GRANT, PETER SELLERS, RICHARD BURTON E OUTROS, QUE SE APAIXONARAM POR ELA. NÃO SE JACTA DOS INÚMEROS PRÊMIOS QUE GANHOU. MENOS AINDA DOS CONHECIMENTOS COM PRESIDENTES, REIS, RAINHAS E OUTRAS AUTORIDADES POLÍTICAS INTERNACIONAIS.
DIVERSAS VEZES FOI CONVIDADA A FESTAS NO PALÁCIO PRESIDENCIAL DO ELISÉE, EM PARIS, OU NA CASA BRANCA, EM WASHINGTON, O QUE PARA UMA EX-GAROTA POBRE, DEVE TER SIDO MUITO SIGNIFICATIVO.
TAMBÉM NÃO RELATA SUA AÇÃO E VIAGENS A PAÍSES, COMO EMBAIXADORA DA UNESCO, NEM DOS INÚMEROS NAVIOS QUE INAUGURA, NA ITÁLIA E NA ALEMANHA, FAZENDO, SEMPRE, A PRIMEIRA VIAGEM, COMO PROMOÇÃO, PARA ANGARIAR FUNDOS À INFÂNCIA POBRE. ENFIM, NÃO COMENTA MUITOS FATOS, FARTAMENTE DISTRIBUÍDOS PELA IMPRENSA EM TODOS ESSES 60 ANOS, ESCREVENDO O LIVRO MAIS COMO UM TRIBUTO À SUA PROFISSÃO, QUE LHE PERMITIU, INCLUSIVE OS CARÍSSIMOS TRATAMENTOS PARA PODER TER FILHOS. TRANSMITE A ATUAL IMAGEM DE UMA AVÓ FELIZ E PLENAMENTE REALIZADA, ORGANIZANDO FESTAS FAMILIARES EM SUA RESIDÊNCIA MATRIARCAL, EM GENEBRA.
AINDA HOJE, É SOLICITADA PARA GRANDES EVENTOS.
ONTEM, HOJE E AMANHÃ
A MINHA VIDA
EDITORA BEST-SELLER
2014
ATÉ MINISSÉRIE FOI FEITA PELA TELEVISÃO ITALIANA. NASCIDA EM NÁPOLES, EM 1934, ORIUNDA DE FAMÍLIA DE BAIXA CLASSE MÉDIA, SUA MÃE, QUANDO EM ROMA, TENTANDO UMA CARREIRA NO CINEMA, FOI SEDUZIDA POR UM HOMEM CASADO. DEU À LUZ A ESSA FILHA, E APÓS, VOLTOU PARA A CASA MATERNA, EM POZZUOLI, PERTO DE NÁPOLES. A MENINA VIVEU UMA VIDA SIMPLES NA CASA DE SEUS AVÓS, FREQUENTANDO A ESCOLA E VIVENDO DA RENDA DE SUA MÃE, PROFESSORA DE PIANO. A VIDA SE MODIFICOU, CHEGANDO À MISÉRIA, DURANTE O FIM DA 2ª. GUERRA MUNDIAL, QUANDO OS ALIADOS, PARA ENTRAREM NA ITÁLIA, BOMBARDEARAM NÁPOLES E ARREDORES, DEIXANDO A TODOS SEM EMPREGO, SEM ÁGUA, SEM LUZ, SEM GÁS E QUASE SEM MORADIA. A FAMÍLIA CHEGOU ATÉ A PASSAR FOME.
SOPHIA TORNOU-SE UMA JOVEM TÍMIDA (POR NÃO TER UM PAI EM CASA E POR SUA MÃE, NOVAMENTE COM O MESMO SEDUTOR, TER MAIS UMA FILHA, MARIA, A IRMÃ CAÇULA). AJUDANDO EM CASA, EM PEQUENOS SERVIÇOS, VAI SE RESTABELECENDO DOS HORRORES DA GUERRA, PRINCIPALMENTE PORQUE OS AMERICANOS RECONSTROEM GRANDE PARTE DO QUE ARRUINARAM, PERMITINDO UMA VOLTA À VIDA QUASE NORMAL. MUITO ALTA PARA SUA IDADE E MAGRA, NO COLÉGIO, TEM O APELIDO DE SOPHIA PALITO. COM A IDADE, PORÉM SUAS FORMAS VÃO SE DESENVOLVENDO, TORNANDO-A BELA. SUA MÃE, LEVA-A PARA ROMA E A INSCREVE EM CONCURSOS DE BELEZA. NÃO OS VENCE. ENTRETANTO, COMEÇA A SER OLHADA POR VÁRIOS PRODUTORES DE CINEMA. SUA BELEZA EXÓTICA INICIA SUA ATRAÇÃO.
SOBREVIVE FAZENDO HEROÍNAS EM REVISTAS DE FOTO-NOVELAS ATÉ CONSEGUIR PEQUENOS PAPÉIS EM FILMES DE SEGUNDA CATEGORIA.
DE 1950 A 52, TRABALHA NUMA GRANDE QUANTIDADE DELES E SEU NOME (SOFIA SCICOLONE, DEPOIS SOFIA LÁZARO E FINALMENTE SOPHIA LOREN) COMEÇA A SE DESTACAR NOS LETREIROS. A PARTIR DE 1953, PASSA A SER PROTAGONISTA.
SOPHIA TINHA SIDO INCENTIVADA A SER ATRIZ PELO PRESTIGIADO PRODUTOR CARLO PONTI, HOMEM CASADO E 20 ANOS MAIS VELHO. AVALIANDO SEU POTENCIAL DE REPRESENTAÇÃO E IMPRESSIONADO POR SUA DIFERENTE BELEZA, RESOLVE APOSTAR NA JOVEM ATRIZ, INTRODUZINDO-A EM FILMES MELHORES. APRIMORA SUA ATUAÇÃO, A ESTIMULA LER LIVROS CLÁSSICOS E ESTUDAR ARTE E LÍNGUAS.
IGNORANDO OS PROTESTOS DE SUA MÃE, SOPHIA INICIA UM ROMANCE COM PONTI, POR QUEM SE APAIXONA. SUAS PERSONAGENS FAZEM SUCESSO, TRABALHANDO AO LADO DE OUTRO JOVEM ARTISTA, EM RÁPIDA ASCENÇÃO, MARCELLO MASTROIANNI, COM QUEM, ALÉM DE GRANDE AMIZADE, FARÁ UMA DEZENA DE FILMES FAMOSOS.
CONVIDADA, EM 1954, POR VITTORIO DE SICA, ATOR E DIRETOR ITALIANO, PARA INTERPRETAR O PAPEL DE UMA CONFEITEIRA DE PIZZA, NUM EPISÓDIO DO FILME
OURO DE NÁPOLES, FAZ SUCESSO INTERNACIONAL.
GANHANDO BONS SALÁRIOS, MORA NUM APARTAMENTO, EM ROMA, COM SUA MÃE E A IRMÃ. OS DIAS DE FOME FICAM PARA TRÁS. PARTICIPA DE PRODUÇÕES EUROPEIAS E, TAMBÉM, NORTE-AMERICANAS PRODUZIDAS NA ITÁLIA E NA ESPANHA, PELOS ESTÚDIOS DA FOX, UNITED ARTISTS, PARAMOUNT. ASSIM, CONTRACENA COM ATORES COMO ALAN LADD, FRANK SINATRA, CARY GRANT, JOHN WAINE.
DESTACADA PELA FAMA, ACEITA A OFERTA DE CONTRATO COM A PARAMOUNT E DESEMBARCA, AOS 24 ANOS, EM 1958, NA MECA DO CINEMA MUNDIAL, HOLLYWOOD, COMO A NOVA DIVA EUROPEIA DO CINEMA. SEUS PRIMEIROS FILMES, NO ENTANTO, NÃO FAZEM GRANDE SUCESSO. SÃO OU MUITO TRÁGICOS OU COMÉDIAS TOLAS. DESTACAM-SE APENAS A CHAVE, COM WILLIAM HOLDEN E A ORQUÍDEA NEGRA, COM ANTONY QUINN, NOS QUAIS, EMBORA SEXY SYMBOL, DEMONSTRA SEU TALENTO DRAMÁTICO. CARLO PONTI, POR PROCURAÇÃO, DIVORCIA-SE DE SUA MULHER, NO MÉXICO E CASA COM SOPHIA. ELA FILMA COM CARY GRANT, COM O NOVATO TAB HUNTER E COM STEVE FORREST. QUANDO A FAZEM FICAR LOIRA PARA UM FRACO FILME DE WESTERN, O PISTOLEIRO E A BELA AVENTUREIRA, RESOLVE VOLTAR A ITÁLIA,
APESAR DO MEDO DO PROCESSO JUDICIAL MOVIDO CONTRA PONTI, POR BIGAMIA. A LEI ITALIANA NÃO RECONHECEU NEM O DIVÓRCIO, NEM O NOVO CASAMENTO, NO MÉXICO.
FALTAVA AINDA UM ÚLTIMO FILME NO CONTRATO COM A PARAMOUNT, ACONTECEU EM NÁPOLES, QUE É REALIZADO EM 1960, EM CAPRI, NA ITÁLIA, COM CLARK GABLE.
SOPHIA FILMA COM JOHN GAVIN E MAURICE CHEVALIER O ESCÂNDALO DA PRINCESA, NA FRANÇA E A MILIONÁRIA COM PETER SELLERS, NA INGLATERRA. TODOS NO MESMO ANO. COMÉDIAS COMUNS, QUE FAZEM RELATIVO SUCESSO. A JUSTIÇA ITALIANA CONTINUA COM O PROCESSO CONTRA PONTI.
EM 1961, A ATRIZ INTERPRETA CESIRA, NO FILME DUAS MULHERES (LA CIOCIARA), LIVRO DE ALBERTO MORÁVIA, SOB A DIREÇÃO DE VITTORIO DE SICA E PRODUÇÃO DE SEU MARIDO. A GRANDE ATUAÇÃO, NO PAPEL DE UMA MULHER POBRE DURANTE A II GUERRA, COM UMA FILHA ADOLESCENTE VIOLENTADA POR SOLDADOS, LHE RENDE TODOS OS MAIS FAMOSOS PRÊMIOS DO ANO, DA PALMA DE OURO EM CANNES AO OSCAR, EM HOLLYWOOD. PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA DO CINEMA NORTE-AMERICANO, UMA ATRIZ ESTRANGEIRA, NUM FILME ESTRANGEIRO, RECEBE O OSCAR DE MELHOR ATRIZ. EM SOLO EUROPEU, SUA CARREIRA REFLORESCE.
FILMA, AINDA EM 1961, PRODUÇÕES FRANCESAS, ITALIANAS E CO-PRODUÇÕES NORTE-AMERICANAS: EL CID, COM CHARLTON HESTON, GRANDE PRODUÇÃO ÉPICA REALIZADA NA ESPANHA, MADAME SANS- GÊNE, COM MAURICE RONET E BOCCACCIO-70, FILME DE EPISÓDIOS, TAMBÉM COM ROMY SCHNEIDER E ANITA EKBERG EM HISTÓRIAS DIFERENTES. EM 62, OS CONDENADOS DE ALTONA, COM MAXIMILIAN SCHELL.
QUANDO FILMA COM MARCELLO MASTROIANNI, EM 1964, ONTEM, HOJE E AMANHÃ, OSCAR DE MELHOR FILME ESTRANGEIRO, SOB A DIREÇÃO DE VITTORIO DE SICA, VOLTA A FAZER GRANDE SUCESSO.
O PROCESSO DO MARIDO, POR BIGAMIA, CONTINUA. APÓS ANOS DE PETIÇÕES, SEM SUCESSO, DIVERSOS ADVOGADOS ENVOLVIDOS E SOLICITAÇÕES DE ANULAÇÃO DO PRIMEIRO CASAMENTO NEGADAS, O CASAL DECIDE MUDAR PARA PARIS.
EM 1964, PONTI RECEBE DO GOVERNO FRANCÊS A NACIONALIDADE FRANCESA IN HONORIS CAUSAE, POR SUA CONTRIBUIÇÃO À ARTE.
ASSIM, PODE ENTRAR NA ITÁLIA, SEM PROBLEMAS.
COM A MELHORA FINANCEIRA, O CASAL ADQUIRIU, ANTERIORMENTE A IDA PARA PARIS, UM ANTIGO PALÁCIO CARDINALÍCIO, DO SÉCULO 18, EM MARINO, PERTO DE ROMA. GASTAM MUITO TEMPO E DINHEIRO NA REFORMA DE UM PATRIMÔNIO TOMBADO PELO GOVERNO E PASSAM A VIVER E RECEBER AMIGOS NA LUXUOSA MANSÃO COMO POLÍTICOS, ARTISTAS E PRODUTORES FAMOSOS. DESDE O MÉDICO CHRISTIAN BARNARD, REALIZADOR DO PRIMEIRO TRANSPLANTE HUMANO ATÉ MARCELLO MASTROIANNI, VITTORIO DE SICA, BETTE DAVIS, RICHARD BURTON, ELIZABETH TAYLOR E OUTROS.
AO MESMO TEMPO, SOPHIA E PONTI ADQUIREM MUITAS OBRAS DE ARTE.
JÓIAS, NÃO INTERESSAM MAIS A ATRIZ, POR TER SIDO ROUBADA VÁRIAS VEZES. DE 1962 A 1968, COM RESIDÊNCIA NA ITÁLIA E NA FRANÇA, MANTÉM UMA VIDA CALMA, FAZENDO FILMES ININTERRUPTAMENTE: A COMÉDIA CASAMENTO À ITALIANA, COM MASTROIANNI E DE SICA; MAIS UM GRANDE ÉPICO A QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO (PELO QUAL RECEBE O SALÁRIO DE UM MILHÃO DE DÓLARES, QUANTIA PAGA, ATÉ ENTÃO, SOMENTE A ELISABETH TAYLOR) E AVENTURAS COMO OPERAÇÃO CROSSBOW, SOBRE A II GUERRA MUNDIAL; LADY L, COM PAUL NEWMAN; JUDITH, A LUTA PELA FORMAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL E ARABESQUE, COM GREGORY PECK, ENTRE OUTROS, ALÉM DAS COMÉDIAS ITALIANAS MAIS QUE UM MILAGRE E ESTES FANTASMAS.
EM 1966, SOPHIA FINALMENTE CASA-SE COM CARLO PONTI DENTRO DAS LEIS FRANCESAS. NO MESMO ANO É CONVIDADA PARA FILMAR A CONDESSA DE HONG KONG.
A ATRIZ ENTUSIASMA-SE POR TRABALHAR COM UM DOS MAIS FAMOSOS DIRETORES DO CINEMA MUNDIAL: CHARLES CHAPLIN. COMO PAR MASCULINO FOI CONTRATADO MARLON BRANDO. FORMA-SE UMA DUPLA DE SUPER ARTISTAS: PREMIADA COM O OSCAR, NO AUGE DA POPULARIDADE E DIRIGIDA POR UM LENDÁRIO DIRETOR.
POR CONHECER A FAMA DE MARLON BRANDO COMO ATOR INSUBORDINADO, CHAPLIN E OS PRODUTORES REDIGEM UM CONTRATO NO QUAL ELE NÃO PODERÁ CAUSAR QUALQUER PROBLEMA. BRANDO AFIRMARIA DEPOIS QUE O FILME ERA TOLO E SÓ TINHA ACEITADO TRABALHAR PORQUE PRECISAVA DE DINHEIRO.
APESAR DE SIMPÁTICO, A CONDESSA DE HONG KONG NÃO FAZ SUCESSO DA CRÍTICA, POR ACHAR QUE CHAPLIN ESTAVA ULTRAPASSADO NA MANEIRA DE FAZER COMÉDIA.
NA VIDA PESSOAL, NO INTUITO DE QUERER SER MÃE, SOPHIA DIMINUI O RITMO DE TRABALHO. CONHECE UM MÉDICO ESPECIALISTA NA SUÍÇA E INTERNA-SE DURANTE MESES NUMA CLÍNICA, PARA GESTAR O TÃO DESEJADO FILHO, CARLO PONTI JR., QUE NASCE EM 1969, EM GENEBRA. TRÊS ANOS DEPOIS, NAS MESMAS CONDIÇÕES DE REPOUSO, NOVAMENTE EM GENEBRA, TERIA MAIS UM FILHO, EDOARDO.
RETORNA AO CINEMA EM OS GIRASSÓIS DA RÚSSIA, EM 1969, COM MASTROIANNI E DE SICA. O FILME OBTÉM RELATIVO SUCESSO. FAZ PRODUÇÕES ITALIANAS E FRANCESAS, SEM MAIORES SIGNIFICADOS. SÓ EM 1972, VOLTA À UMA PRODUÇÃO IMPORTANTE: O HOMEM DE LA MANCHA, MUSICAL DE DALE WASSERMANN, BASEADO NO LIVRO DOM QUIXOTE E SANCHO PANÇA, DE MIGUEL DE CERVANTES, ATUANDO COM PETER O’TOOLE.
EM 1973, COM A DIREÇÃO DE DE SICA E TENDO RICHARD BURTON COMO “PARTNER”, FAZ A VIAGEM, FILME AMBIENTADO EM VENEZA E NÁPOLES, NO QUAL É UMA HEROÍNA COM DOENÇA FATAL. O FILME AGRADA PELOS ATORES E PELA BELA AMBIENTAÇÃO DE ÉPOCA, DO INÍCIO DO SÉCULO 20. FAZ, AINDA, BREVE ENCONTRO, TAMBÉM COM RICHARD BURTON.
AOS POUCOS, A ATRIZ VAI DIMINUINDO O RITMO DE TRABALHO, PREFERINDO ACOMPANHAR O CRESCIMENTO DE SEUS FILHOS, EM PARIS.
MAS CONTINUA FILMANDO DE 1976 A 1979: A TRAVESSIA DE CASSANDRA, AMOR E CIÚME, COM DIREÇÃO DE LINA WERTMÜLLER E PODER DE FOGO. O GRANDE SUCESSO DESSE PERÍODO, PORÉM, FOI UM DIA MUITO ESPECIAL, DE ETTORE SCUOLA, EM 1977, COM MARCELLO MASTROIANNI, QUE AGRADA À CRÍTICA E AO PÚBLICO.
NA ITÁLIA, APÓS ARQUIVADO O PROCESSO DE BIGAMIA, PONTI VEM A SER ACUSADO DE EVASÃO DE DIVISAS, EM RELAÇÃO A DIVERSOS FILMES.
SEU ESCRITÓRIO E CASA SÃO REVISTADOS E BENS E OBRAS DE ARTE, CONFISCADOS. NOVOS ADVOGADOS ENTRAM EM CENA. MAS O PIOR ESTARIA POR ACONTECER.
SOPHIA, FELIZ COM SUA FAMÍLIA EM SEU APARTAMENTO EM PARIS, É ACUSADA, EM 1980, DE SONEGAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA POR FILMES QUE FEZ ENTRE 1958 E 1960, QUANDO RESIDIA NO EXTERIOR. SEU CONTADOR PAGOU O IMPOSTO DEVIDO APENAS NA AMÉRICA, NA ÉPOCA. DEVERIA TER PAGO TAMBÉM NA ITÁLIA, POIS A ATRIZ ERA ITALIANA. ASSIM, SERIA CONDENADA À PRISÃO, SE VOLTASSE AO SEU PAÍS. NÃO DESEJANDO PERMANECER UMA EXILADA, SOPHIA VOLTA A NÁPOLES, ONDE É DETIDA E PRESA POR 30 DIAS. APESAR DE BEM TRATADA PELAS FREIRAS DA PRISÃO, JAMAIS ESQUECERIA O CONFINAMENTO E A DOR DA AUSÊNCIA DOS FILHOS.
ENQUANTO CUMPRIA A PENA, QUE ACABOU REDUZIDA, ENSINAVA OUTRAS DETENTAS A COZINHAREM DETERMINADOS PRATOS. NASCE DAÍ A IDÉIA DE, MAIS TARDE, LANÇAR UM LIVRO SOBRE CULINÁRIA.
APÓS A PRISÃO, SOPHIA PODE TER LIVRE TRÂNSITO. RESOLVE, NO ENTANTO, FIXAR-SE NA SUÍÇA, EM GENEBRA, AONDE TINHAM NASCIDO SEUS DOIS FILHOS.
SEUS BENS CONFISCADOS, SERIAM DEVOLVIDOS 20 ANOS DEPOIS, PELA JUSTIÇA ITALIANA, NUMA REVISÃO DO PROCESSO. SOPHIA E CARLO PUDERAM TER DE VOLTA A VALIOSA COLEÇÃO DE QUADROS, ESTIMADA EM 30 MILHÕES DE DÓLARES E OUTRAS OBRAS DE ARTE. VENDEM AS CASAS QUE POSSUÍAM NA FRANÇA E NOS ESTADOS UNIDOS, MANTENDO RESIDÊNCIAS SOMENTE EM GENEBRA E NA ITÁLIA.
TENDO FEITO POUCOS FILMES NOS ANOS 80, SOPHIA VOLTA NA DÉCADA DE 90, FILMANDO PRET À PORTER, DE ROBERT ALTMAN, SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA, COM DIREÇÃO DE LINA WERTMÜLLER, DOIS VELHOS RABUGENTOS, COM JACK LEMMON.
NOVAMENTE DIRIGIDA POR LINA WERTMÜLLER, FAZ A PEQUENA ORFÃ, EM 2001, ALÉM DE OUTRAS PRODUÇÕES PARA A TELEVISÃO EUROPEIA.
VIÚVA EM 2006, SOFRE UMA DAS MAIORES TRISTEZAS DE SUA VIDA, AO PERDER O COMPANHEIRO DE MAIS DE 50 ANOS.
EM 2011, PARTICIPA DO MUSICAL NORTE AMERICANO NINE, UMA HOMENAGEM A FELLINI. FAZ PARTICIPAÇÕES EM FILMES PARA A RAI-TELEVISÃO ITALIANA, INCLUSIVE SOBRE A HISTÓRIA DE VIDA DE SUA MÃE, EM 2013. ÀS VEZES, VOLTA A FILMAR, PARA A TELEVISÃO, SOB A DIREÇÃO DE SEU FILHO EDOARDO PONTI, QUE TORNOU-SE CINEASTA.
CONTINUA A MORAR EM GENEBRA, E É CONVIDADA PARA INÚMERAS VIAGENS TANTO PARA A ENTREGA DE PRÊMIOS EM HOLLYWOOD, COMO INAUGURAÇÕES DE NAVIOS NA ITÁLIA E NA ALEMANHA OU, ATÉ, NA FESTA DA PIRELLI, NO BRASIL, EM 2014.
SEU ÚLTIMO FILME, ATÉ O MOMENTO, É AS VOZES HUMANAS, COM DIREÇÃO DE SEU FILHO.
CONSIDERADA A ÚLTIMA GRANDE DIVA DO CINEMA, MANTÉM SEU SEX APPEAL, AOS 80 ANOS.
CONSIDERAÇÕES PESSOAIS:
O LIVRO DE SOPHIA LOREN, POR SER AUTOBIOGRAFIA, DITADA, TEM UM TOM DE AGRADECIMENTO AO CINEMA E À IMPORTÂNCIA DA UNIÃO FAMILIAR. A ATRIZ TRANSMITE GRANDE ALEGRIA PELA VIDA, MESMO AO ATRAVESSAR MOMENTOS DIFÍCEIS. RELATA ALGUNS, MAS NÃO TODOS, COMO POR EXEMPLO O PRECONCEITO QUE SENTIA, EM CRIANÇA, POR SER FILHA ILEGÍTIMA, OS INÚMEROS ABORTOS QUE SOFREU, NA TENTATIVA DE SER MÃE OU A PROPALADA DESONESTIDADE DE SEU PAI, AO EXIGIR MILHARES DE DÓLARES PARA RECONHECER A IRMÃ MARIA (JÁ ADULTA), COMO FILHA E A AÇÃO QUE ELE MOVEU (E PERDEU) EM TRIBUNAL, CONTRA SOPHIA, EXIGINDO PENSÃO, QUERENDO EXPLORÁ-LA, DEPOIS DE RICA.
NÃO COMENTA O QUANTO FOI PERSEGUIDA PELAS SENHORAS RELIGIOSAS DE MILÃO, COM GRANDE DIVULGAÇÃO PELA IMPRENSA MARROM ITALIANA, POR SEU CASO “IMORAL” COM CARLO PONTI. FALA, MUITO POR ALTO, DOS DIVERSOS ROUBOS DE JÓIAS CARAS QUE SOFREU. NÃO COMENTA O SÉRIO PROBLEMA DE CORAÇÃO, PELO QUAL PASSOU, NEM AS TENTATIVAS DE SEQUESTRO DE SEU MARIDO. NADA DIZ DA RIVALIDADE COM OUTRAS ATRIZES, PRINCIPALMENTE A TÃO FAMOSA COM A ATRIZ GINA LOLLOBRÍGIDA (QUE, NA REALIDADE, PARECE TER SIDO MAIS FOMENTADA PELA IMPRENSA) OU DA CARTA OFENSIVA QUE RECEBEU DE BRIGITE BARDOT EM RELAÇÃO A UMA PUBLICIDADE DE PELES DE LUXO (QUE NÃO SE REALIZOU). NÃO COMENTA O PÉSSIMO RELACIONAMENTO QUE TEVE COM MARLON BRANDO DURANTE A FILMAGEM DE A CONDESSA DE HONG KONG, ONDE O ATOR, ENCIUMADO PELA VISÍVEL PREFERÊNCIA DE CHAPLIN POR ELA, TUDO FEZ PARA IRRITÁ-LA. NÃO FALA SOBRE OS ATORES FAMOSOS COMO CARY GRANT, PETER SELLERS, RICHARD BURTON E OUTROS, QUE SE APAIXONARAM POR ELA. NÃO SE JACTA DOS INÚMEROS PRÊMIOS QUE GANHOU. MENOS AINDA DOS CONHECIMENTOS COM PRESIDENTES, REIS, RAINHAS E OUTRAS AUTORIDADES POLÍTICAS INTERNACIONAIS.
DIVERSAS VEZES FOI CONVIDADA A FESTAS NO PALÁCIO PRESIDENCIAL DO ELISÉE, EM PARIS, OU NA CASA BRANCA, EM WASHINGTON, O QUE PARA UMA EX-GAROTA POBRE, DEVE TER SIDO MUITO SIGNIFICATIVO.
TAMBÉM NÃO RELATA SUA AÇÃO E VIAGENS A PAÍSES, COMO EMBAIXADORA DA UNESCO, NEM DOS INÚMEROS NAVIOS QUE INAUGURA, NA ITÁLIA E NA ALEMANHA, FAZENDO, SEMPRE, A PRIMEIRA VIAGEM, COMO PROMOÇÃO, PARA ANGARIAR FUNDOS À INFÂNCIA POBRE. ENFIM, NÃO COMENTA MUITOS FATOS, FARTAMENTE DISTRIBUÍDOS PELA IMPRENSA EM TODOS ESSES 60 ANOS, ESCREVENDO O LIVRO MAIS COMO UM TRIBUTO À SUA PROFISSÃO, QUE LHE PERMITIU, INCLUSIVE OS CARÍSSIMOS TRATAMENTOS PARA PODER TER FILHOS. TRANSMITE A ATUAL IMAGEM DE UMA AVÓ FELIZ E PLENAMENTE REALIZADA, ORGANIZANDO FESTAS FAMILIARES EM SUA RESIDÊNCIA MATRIARCAL, EM GENEBRA.
AINDA HOJE, É SOLICITADA PARA GRANDES EVENTOS.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
LIVRO VIDE VERSO - PARA LUPE COTRIM
ESTRANHO PODER,
CLAMOR DE VIDA,
QUE SECADA A LÁGRIMA,
ESGOTADA A RIMA,
NOS FAZ ELEVAR,
COM A ALMA ROÍDA,
PRECE E LOUVOR
À AURA CAÍDA.
obs: LUPE COTRIN foi poeta
e professora de filosofia
na Escola de Comunicação e Arte,
da USP, na década de 1960.
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