terça-feira, 5 de julho de 2022

UMA ANTIGA VIAGEM A EUROPA EM 1981 - SUÍÇA E ÁUSTRIA

SUÍÇA
Hoje, sábado, deixei Paris bem cedo, num trem moderno, que por dentro parecia um avião e cheguei a Genebra, ao meio dia.
Desci na estação com aquela tensão de procurar hotel que me deixa todo atrapalhado mas encontrei lugar na pensão Cornavin.
Me instalei às pressas porque às 14h ia fazer o Tour pela cidade, que comprei na estação. Após rápido lanche, peguei o ônibus e começamos a passear. Entre muitas coisas vi o Jardim Inglês com o relógio das flores, o alto jato d'água no centro do lago Leman, com mais de cem metros de altura, o Parque municipal Le Grange, a catedral de Saint Pierre (que é estranha com estilo românico, torre gótica e fachada renascentista), o colégio Calvin, aonde Calvino ensinou, a Ópera, a Universidade e o monumento à Reforma Protestante, com estátuas de Lutero, Calvino, Enox e outros. Passamos em frente a diversos museus e depois fomos conhecer o bairro antigo. A cidade é muito limpa, com bondes e ônibus elétricos, diversas pequenas fontes rodeadas de flores vermelhas e amarelas. Aliás, existem cantoneiras floridas em diversos prédios e casas, especialmente nas áreas residenciais mais chiques. Como a parte central é pequena as atrações principais logo foram vistas.
Mais afastados vimos os prédios oficiais como Palácio das Nações, Organização Mundial do Trabalho, da Saúde e outros, visto que Genebra é Centro Internacional dos Direitos Humanitários.
Esses prédios são modernos, imponentes, alguns de vidro espelhado, dentro de parques floridos maravilhosos, apesar do Outono. As áreas verdes na Europa, até então pelo que vi, são muito bem cuidadas.
O Lago Leman é enorme e parte dele pertence à França. A divisão chama-se Jurá. É cheio de cisnes e marrecos. À noite fica bem iluminado e os reflexos no lago dão um efeito especial, inclusive com os barcos e vapores também iluminados.
A cidade, entre outros hospedou Rousseau, Voltaire, Lenin e é moradia de famosos como Barão Rothschild, Aga Kahn e as atrizes Sofia Loren e Audrey Hepburn.
Por ser sede internacional de diferentes convenções há muito estrangeiro na cidade. Ouço línguas como inglês, espanhol, italiano, português e pessoas vestidas como Indú, Árabes e Africanos. A juventude é bem moderna em suas vestimentas até exageradas. As pessoas me atenderam com educação e gentileza, sempre que pedi informações. Parece haver uma boa vida cultural e pelos cartazes das ruas, a exposição artística mais divulgada é "De Renoir a Picasso" no Petit Palais (aqui também tem, como em Paris).
Pelo que já percebi, a Suíça é tão cara como Paris ou até mais. Vai ser difícil manter o esquema de 40 dólares por dia. O que me salva, como sempre, são os McDonald's, aonde jantei saboroso lanche.
Hoje, domingo, foi um dia incomum. Pela manhã, com tempo feio, fui à Lausanne, que fica uns 50 minutos de trem. Aliás, eu atrasei o trem em 30 segundos porque fui ver o vagão da minha passagem, pois cada classe, 1a.e 2a., ficam em vagões diferentes. (A minha era a 1a. graças ao Euro Pass de 1a. classe que comprei e que me facilitou viajar bem por todo o continente). Um oficial da estação veio até mim e disse: - Messieur, s'il vouz plaît, le train attend por vouz. Entrei rápido e o trem partiu. Eles são rigorosíssimos no horário. Assim que nos afastamos da cidade, o tempo começou a azular e melhorar. A paisagem era maravilhosa, parecendo um cartão postal. De um lado os campos cultivados, rebanhos de carneiros e gado, chalés, mansões antigas, pequenas igrejas, com as montanhas ao fundo. Do outro, o lago, sereno, azul, cheio de barcos à vela. E o verde, em diversas tonalidades, misturado as flores, colorindo tudo. Cheguei em Lausanne às 10h30. A cidade é pequena, com imponentes prédios estilo "belle Époque", muitas casas bancárias de arquitetura antiga ornamentadas e de aparência sólidas, "tremendamente sólidas". Tem muitas ladeiras, vários parques, ruas limpas e partes: bem antigas, antigas e modernas, como toda cidade europeia. A arquitetura moderna é tão bem integrada, com os prédios baixos, na altura dos antigos, que em momento algum atrapalha a linha urbana.
O comércio é bastante fino na Rue de La Paix, com lojas como Dior, Chanel, Yves Saint Laurent, Cardin, etc. Há muita joalheria e, é claro, muita relojoaria.
A parte antiga da cidade é a mais atraente, com a Catedral Gótica de 1.300 (sem os arroubos latinos), ruas pequenas cheias de floreiras e tavernas, casas comerciais com brasões ou símbolos de ferro coloridos tendo ou armas ou árvores ou animais ou torres, com significados que só eles sabem, mas que são atraentes.
Ainda nessa parte da cidade situam-se o castelo Saint Maire, construído em 1397, a Academia dos Literatos, de 1579, o palácio episcopal, do século 15, que atualmente é um museu e a igreja de Saint François de 1.258. As ruas têm construções em formato de castelinhos com torres. Como a parte antiga é mais elevada, vê-se o Lago e mais longe as montanhas nevadas. É tão belo, tão suíço, que fiquei muito feliz de conhecer. Após um lanche, peguei o trem de volta e como havia sol e céu azul fui fazer um passeio de barco pelo lago Leman, às 14h30. É um cruzeiro de 2 h com as atrações: castelo de Bellerive, de 1668, pertencente a um príncipe Aga Khan, Hermance, torre do século 12, Beauregard, uma fortaleza/castelo, a mansão do Barão de Rothschild, a casa na qual morou Lord Byron, a de Madame de Stäel e outras personalidades.
No começo estava tudo muito bem com o vapor calmo, o céu azul e a linda paisagem. Como já disse o Lago Leman é muito grande. O vapor foi costeando uma margem, para depois atravessar o centro do Lago e vermos a outra margem. Quando estávamos exatamente no meio do Lago o tempo mudou, caiu uma neblina espessa e fria, nós não víamos mais nada e nos perdemos. O Capitão ficou uma meia hora procurando se orientar. Ficamos em círculo e eu até perguntei a recepcionista se não havia bússola a bordo. O vapor apitava continuamente para avisar barcos próximos, depois que um passou rente a nós, acho que também perdido. A recepcionista percebeu meu estado de espanto e me deu um drinque para me acalmar. Depois de uma hora desse sufoco, a serração começou a passar, avistamos a outra margem do lago e pudemos continuar o tour. Eu achei tão absurdo passar esse susto que até pensei se seria brincadeira para turista. Mas não era porque quando atracamos, com mais de uma hora de atraso, havia inspetores da Cia. muito preocupados e um barco salva vidas de prontidão. O que mais me espantou foi não haver comunicação de rádio com a terra. Acredito que houvesse, mas talvez não funcionasse, por mais incrível que possa parecer. E isso na Suíça !!!!
Depois, conversando com a guia ela disse que nunca tinha passado por situação igual.
O tempo tinha mudado e embora houvesse sol, estava frio. Apesar disso tinha banhistas em volta ao lago e uma moça fazia esqui aquático. Para eles devia ser um tempo normal. Fiquei contente de ver o Mont Blanc, ao longe, ainda iluminado pelo entardecer.
Como ficava relativamente próximo, e estava no meu roteiro, após o susto do Tour, fui ver o Hotel Beau Rivage, local no qual a imperatriz Elisabeth da Áustria, a "Sissi", tinha falecido, após atacada por um anarquista italiano na avenida do hotel.
Devo dizer que na minha pré-adolescência assisti a trilogia de filmes sobre ela, interpretados pela atriz Romy Schneider e me interessei pela imperatriz e pela história da Áustria. Os filmes apenas mostraram a parte feliz do seu casamento com o imperador Francisco José, romanceando bastante, entre belas paisagens e magníficos castelos. A história real foi muito diferente, cheia de sofrimentos. O que levava a imperatriz Sissi a viajar demais, abandonando a Corte austríaca, que não suportava. De viagem em viagem, apenas com uma ou duas damas de companhia, sem qualquer escolta policial, o atentado contra sua vida foi muito fácil de ser projetado e executado, especialmente na Suíça, para onde fugiam os anarquistas perseguidos em seus países. No hotel, há um pequeno museu com os últimos pertences como vestido, luvas, chapéu, guarda-chuva, creio que esquecidos, após seu transporte para a Áustria. Para ser franco, não gostei de ter ido. Talvez também pelas emoções da tarde .
Voltei ao hotel, após fazer um lanche. Tenho sempre reparado como as senhoras se vestem bem, ainda com chapéus combinando com as roupas. Outra observação também é ter notado como na Europa os cachorros entram em todo lugar. Aqui também é assim. Eles são ensinadíssimos e latem em francês e alemão.
Mais tarde, no hotel, ao lembrar do passeio à vapor, fiquei imaginando o desespero do Ulisses, na Odisseia, ao enfrentar uma serração, por vários dias e se perder, na volta à Ítaca.
No dia seguinte, deixei Genebra, pegando o trem para ir a Bern, a capital do país. Genebra estava envolta em neblina escura e fria, mas a medida que nos afastamos o céu foi ficando azul e a paisagem espetacular, cheia de vales, montanhas, prados, pinheiros, rebanhos, chalés, pequenos rios e do lado direito dos trilhos, os Alpes com seus picos nevados brilhando ao sol.
Como a paisagem suíça é bonita!
Em Bern, por volta do meio dia, me hospedei no hotel Kreuz, indicação do guia. Ele é muito moderno por dentro e bastante caro. Logo saí para ver o que me interessava, que em três horas, a pé, descansando nas praças, deu para ver.
O rio Aar divide a cidade. Ele fica no fundo de um vale e a cidade está bem acima. Assim, ela é ligada por várias pontes. O rio, lá embaixo, é canalizado, sinuoso, cheio de patos, cisnes, gansos. E suas encostas, à medida que topograficamente vão subindo, são
constituídas de alamedas de passeio, terraços com bancos e muito verde, o que dá um ar de grande jardim.
De mais interessante, para mim, Bern tem uma catedral gótica, do século 14, antes católica e após a Reforma, protestante;
o Parlamento, muito imponente; algumas torres antigas que fizeram parte das muralhas da cidade e uma torre do relógio, muito simpática e enfeitada, com mecanismos articulados de bonecos dourados. A parte mais antiga é constituída por ruas e vielas, algumas casas com pequenas torres, balcões floridos e muitas fontes enfeitadas com ferro trabalhado e pedras brancas, tendo em cima bonecos de porcelana com símbolos referentes à história ou lendas da cidade. Há grande quantidade de estátuas em ferro fundido de diferentes personagens ilustres da Idade Média.
Existe um Cassino estilo "Belle Époque", um grande monumento à União Postal Universal, o grandioso prédio da Universidade e diversos museus. Mas o que deixa a cidade mais bonita, neste dia azul, é ver ao longe, os Alpes, altíssimos, todos brancos. Subi a torre da Catedral só para ver, lá de cima, a beleza da cadeia de montanhas nevadas. Dei diversas voltas por toda a cidade, inclusive à noite, para ver iluminada, cheia de pessoas bonitas e com uma juventude muito liberada, os rapazes de cabelo comprido, brincos; as mulheres de cabelos coloridos, roupas longas, lembrando o antigo movimento hippie, o que estranhei, pois imaginava exatamente o contrário.
No dia seguinte, numa das ruas principais, a Kramgasse, cheia de antiquários e casas comerciais, a maioria embaixo de arcadas, vi que diversas lojas contém porões com longas escadas para descer. À noite, são barzinhos e boates.
Outra curiosidade foi um jogo de xadrez com peças grandes, com o tabuleiro pintado no chão de uma praça, sendo jogado por dois senhores idosos.
Saí de Bern pela manhã e cheguei em Lucerna lá pelas 14h30.
É curioso como a inexperiência nos faz pensar errado. Em São Paulo eu achava que 20 dias seriam o suficiente para visitar a Europa. Estou na Suíça há 4 dias e ainda falta muito o que ver.
A viagem até Lucerna é rápida mais eu estiquei o caminho porque quis passar em Spiez e em Interlaken, apenas para vê-las.
Spiez é pequena e parece cidade de brinquedo, só que tipicamente suíça, com casas simpáticas, algumas com pequenas torres muito pontiagudas, assim também a igreja e hotéis. Um deles me pareceu construído em volta de uma torre de pedra muito antiga. A cidade fica entre montanhas e à beira de um grande lago, cheio de gente e de barcos.
Interlaken, como o próprio nome diz, situa-se entre lagos, muito bonitos e também junto às montanhas. É uma cidade maior, com mais hotéis sendo o mais imponente o Grand Hotel. Tem uma igreja bonita e como maior atração o castelo Oberhofen.
Eu apenas passei por essas duas cidades mas deu para perceber que são cidades turísticas por causa dos lagos e das montanhas.
E muita gente nos barcos e em volta aos lagos, se divertindo, talvez por o tempo estar bom.
Continuando para Lucerna, o trem vai subindo, vendo-se vales, riachos, lagos, pinheirais, rebanhos, chalés com 3 andares tendo balcões de madeira com enfeites entalhados, tudo isso dentro de uma natureza de vários tons de verde, um céu muito azul e os Alpes ao fundo. Eu acho que posso dizer com segurança, embora falte muito para ver, que a Suíça é o país mais bonito que já vi.
Chegando em Lucerna, iniciei a busca de hotel e me hospedei no Hotel Krone, na praça Wein Market (mercado do vinho) que tem em frente uma fonte de 1.481. A cidade possui casas antigas de 3 ou 4 andares, com pinturas decorando as fachadas, junto a outros enfeites de metal, flâmulas ou brasões, janelas em forma de torres, tornando-as muito atraentes. É cortada pelo rio Reuss e assim tem várias pontes, mas as mais interessantes são duas, construídas em madeira, muito antigas, cobertas com telhados que têm o interior pintado com diferentes cenas da história da cidade. Essas pontes são bastante grandes, compridas e não são retas. Foram construídas no século 15 e as pinturas são do século 17 (restauradas). Uma chama-se Ponte de la Chapelle porque vai dar na Capela de Saint Pierre, construída em 1.178 (também restaurada). Essa ponte tem, ao lado, dentro do rio, uma antiga torre de pedra, Tour de l'eau, que foi prisão, arquivo e tesouro comunal. A outra chama-se Ponte des Moulins, porque levava ao antigo moinho (que já não existe) e tem dentro uma capelinha gótica preciosa. Elas são largas e possuem bancos laterais para sentar. Por todo o rio há patos, marrecos, cisnes e outras aves.
Lucerna é cheia de fontes góticas e barrocas, tem muitas estátuas de ferro e relógios antigos por toda parte. Por fora vi o Hotel de Ville (governamental), andei por diversas praças e parques.
O ponto principal do dia foi o passeio ao Monte Pilatus, nos Alpes, que se sobe num trem especial. O monte tem 2.132 metros e avista-se todo o norte do país. À medida que subia, fui vendo as cidadezinhas em baixo, os lagos, as montanhas verdes e acima a cadeia dos Alpes cheios de neve. É uma paisagem inesquecível. Chegamos ao cume e caminhei na neve com sapatos impróprios, afundando o pé e morrendo de frio. O ar era puríssimo. Mas a beleza das montanhas e da natureza me fez esquecer qualquer desconforto.
A sorte que eu tive com estes dias azuis foi maravilhosa.
Voltando para a cidade, visitei a igreja dos Franciscanos, do século 14, com pinturas bonitas, Altar e Coro muito elaborados e várias capelas laterais, como as diversas outras que visitei e já comentei.
Depois do jantar tentei achar o que restava das muralhas da cidade mas me perdi num labirinto escuro e achei melhor voltar com o dia claro. E foi o que fiz, no dia seguinte, que acordei bem cedo, porque ainda queria ver algumas igrejas antigas.
Vi, mas como acabam sendo iguais, só vou descrever quando houver algo mais interessante. Visitei depois o monumento do Leão que é escavado numa rocha, ferido por uma lança e morto. (Porque não o esculpiram vivo?) Acabei achando as muralhas que queria, que são comuns, com 3 torres principais, mais enfeitadas. Uma delas tem um relógio. Fiz esse passeio em 2 horas. Como ia para Zurique, mais tarde, fiquei andando pela margem do lago e fui parar na casa aonde morou o compositor Richard Wagner, que nem sabia que ali tinha morado. Como estava fechada não entrei. Voltei para a estação, cheguei em Zurique às 13h e comprei o bilhete de um tour pela cidade às 15h. Nessas duas horas, fiz o lanche de sempre (queijo e presunto) e visitei as igrejas de Saint Pierre e a Fraumunster. São antigas e sem o aparato das igrejas católicas. A nota interessante é que a Fraumunster, que é em estilo gótico, teve partes reconstruídas e seus vitrais são desenhos dos pintores Chagall e Giacometti. 
Andei pelas pontes e ruas da parte medieval. Algumas construções são de 1.300 e 1.400, mas como estão restauradas, não têm o clima de antiguidade, como na Espanha, por exemplo. Existem restos de muralhas romanas, o que sempre, a mim, interessa bastante.
Em frente a estação de trem situa-se a rua mais famosa e rica da cidade, a Banhof Strasse, com comércio caro, lojas internacionais e vários bancos. Ali peguei o ônibus do Tour e visitamos partes antigas e novas e a cidade é bem maior do que imaginava, visto que eu não tinha saído de centro. De interessante, além das igrejas que já comentei e que passamos por fora, vi o palácio de Porcelana, de construção barroca, com fachada enfeitada por belas porcelanas e em cujo balcão principal, o ministro Winston Churchill, em 1947, fez célebre discurso à liberdade e à união dos povos. O Centro de Arquitetura Corbusier, ultra moderno, última obra desse arquiteto, as Prefeituras antiga e nova, o bonito edifício da Ópera, o Landmuseum anunciando futura exposição de Picasso e a casa citadina do compositor Wagner (também aqui). Entre vários parques situa-se a Universidade aonde Einstein e Von Braüm lecionaram. O passeio durou duas horas.
Na estação, às 17h, me deu a loucura de tentar voltar a Bern e comprar um relógio que me interessava e o tinha visto em ida posterior. Entre as cidades suíças que vinha pesquisando, o modelo, ali era o mais barato. Cheguei em Bern, corri para a loja mas o relógio da torre deu 18h. e o comércio fechou. Como havia funcionário na loja, tanto pedi que ele abriu e me fez entrar rápido para não ser multado pela Fiscalização. E comprei o relógio que acabou saindo até mais barato porque o franco suíço tinha caído em relação ao dólar. Não sei dizer porquê, pois se havia coisa na qual não estava interessado era no noticiário internacional.
Às 19 h voltei para Lucerna chegando às 20h30, nem acreditando que estive em 3 cidades no mesmo dia. Ainda bem que são tão próximas e não pago o trem. Morto de fome, resolvi jantar bem.
Obs: Estou espantado com o preço dos vasos de vidro do artista francês Émile Gallé, aqui na Europa. Na França, um similar aos meus, que são pequenos, custava 750 dólares. Em Zurique, 900 dólares. No Brasil são mais baratos. Pensei que fosse o contrário, já que foram produzidos aqui na Europa, ou seja na França, nos séculos 19 e 20.

ÁUSTRIA
Hoje, deixei Lucerna muito cedo e fui para Zurique pegar o trem, às 11h. para Viena, que se chama Transalpino e é muito bom e moderno.(Aliás, como todos até agora).
Não entendia porque uma viagem entre Zurique e Viena, aparentemente pequena, iria durar quase dez horas. Depois soube que era porque tem-se que atravessar os Alpes, subindo sempre, passando em desfiladeiros com precipícios perigosos, em marcha lenta. Na saída da Suíça, na fronteira, deu para ver restos de vários triângulos de concreto como se fossem barreiras, que acredito que sejam da 2a.Guerra Mundial, contra possível avanço de tanques alemães, apesar de o país ter sido neutro.
A grata surpresa da viagem foi atravessar o principado de Lichtenstein, que tem uma paisagem tipo suíça, mas não tão bela.
A vegetação é mais escura e as montanhas mais rochosas. As pequenas vilas ficam encravadas em profundos vales e as montanhas são altíssimas. A maioria das construções é do tipo chalé e as igrejas têm uma espécie de zimbório em cima. Vaduz, a capital, tem construções de 5 ou 6 andares em estilo antigo.
No alto de uma colina havia um palácio/fortaleza, com torres e uma bandeira hasteada. Seria o palácio dos Arquiduques?
Como o trem passou devagar deu para ver o que comentei.
Por todo o caminho vi palácio/fortalezas que me pareceram serem de antigos senhores feudais. Passamos pelo sul da Alemanha, numa cidadezinha simpática chamada Rosenhein, aonde nos pediram o passaporte. E nela, havia avisos indicativos para Bonn, Munich. À medida que fomos subindo os Alpes e os cumes se aproximando, vi abaixo, muitas pequenas vilas já cobertas de neve. Como paisagem é interessante, mas morar ali deve ser bem angustiante para mim que sou tropical.
Enfim, entramos na Áustria. A primeira cidade foi Innsbruck, que é grande, com partes antigas e modernas. Não me pareceu tão bonita como nos filmes. Pelo caminho continuei vendo chalés de todos os gêneros e tamanhos. Quando estávamos chegando em Salsburgo, depois de 6 horas de viagem, o tempo mudou, uma nevasca fina começou a cair e às 17h30 já estava noite.
Me hospedei na pensão Mayburguerkai que é simpática, familiar, com café e banho. E tem um grande rio em frente.
(Esqueci de dizer que ao deixar a Suíça atravessamos o rio Reno, sobre uma ponte enorme).
Mesmo com o tempo feio, precisei sair para comer alguma coisa e aproveitar para ver parte da cidade. Aonde estou, tudo é diferente do que imaginava, a cidade é grande, com partes também modernas. Mesmo o hotel, que imaginava um chalé típico, de madeira, é uma casa comum, grande, igual a qualquer casa de São Paulo. O rio caudaloso que passa em frente ao hotel é um afluente do Danúbio.
Como sempre, a minha impressão da cidade melhora na luz do dia. Salsburgo é uma cidade muito agradável. Resolvi fazer um Tour para ter a visão geral. A cidade é pequena na sua parte antiga, com muitas igrejas. Começamos pela praça Mirabell local do palácio Mirabell (governamental) e da igreja de Santo André, estilo românico, muito antigo, com partes reconstruídas por causa da 2a. guerra mundial. E, em duas horas vimos, só externamente: Igreja de Santo Agostinho, o Mozarteum (para concertos e estudos), o teatro de Marionetes, o Landsteatre, a Igreja da Sta. Trindade, a casa onde Mozart nasceu, o Museu Carolino Augusto, uma grande pintura ao ar livre chamada Monumento aos Cavalos, o Festival Hall, parte da Universidade, a Catedral, a praça da Residência, com grande fonte de jatos d'água, o monumento à Mozart, o palácio de Helbrunn, fora da cidade, do antigo príncipe e arcebispo de Salsburgo, o palácio do imperador Leopoldo e a vila e lago aonde foi filmado A Noviça Rebelde. Como sempre, voltei, depois, para ver in loco, o que mais me interessou. Assim, entrei no Mozarteum e no teatro de marionetes que me espantou pelo tamanho dos bonecos e sua articulação. Visitei a igreja da Santíssima Trindade, em estilo barroco, muito delicado, suave e bonito. A casa de Mozart, numa rua estreita e antiga, foi interessante. Não é a em que nasceu. É a em que viveu quando criança e moço e possui alguns móveis, instrumentos e partituras originais.
Andar pelas ruas da cidade, à procura de tudo, já me alegrou muito com as construções dos séculos 17 e 18, muito bem cuidadas, algumas ruas com calçamento original, muito limpas, o belo rio, pontes e praças, uma cidade, que me pareceu, toda voltada para o turismo.
Entrei na Igreja dos Franciscanos que é gótica, com decoração interna toda barroca. Também na Catedral, que é uma construção enorme da Renascença, tem a decoração interior em estilo barroco muito bonito, inteiramente trabalhada com anjos, guirlandas e pinturas. Foi quase destruída na 2a. guerra, mas reconstruída. Exibe várias fotos de sua destruição. Achei curioso que os puxadores das portas da Catedral, em moderna forma de bispos, são criação do escultor italiano contemporâneo Piero Manzú. Também na praça em frente existem esculturas suas. Para não me estender demais no mesmo tipo de descrição, todas as igrejas são bonitas, com imagens e pinturas excelentes e as igrejas barrocas têm o projeto do famoso arquiteto da época Von Erlach.
Mas não posso deixar de citar, também obra desse arquiteto, a Igreja da Universidade, a mais bonita de todas, com uma decoração barroca suave e emocionante. O Altar, todo em dourado, branco e azul é iluminado por dois vitrais, rodeados de nuvens e anjos, de cima a baixo.
Andei pelas ruas estreitas da cidade velha, com arcos, casas muito antigas, algumas paredes com esculturas sacras ou não, num clima de época sensacional. Muitas pessoas, homens e mulheres, vestiam-se com o traje tirolês.
Ia subir ao castelo-fortaleza de onde se avista toda a cidade mas como ele fica numa montanha mais longe, não fui por causa do frio que aumentou e da chuva que se iniciava. Preferi visitar o antigo palácio do arcebispo, que também era príncipe-eleitor, bastante rococó, mas num estilo elegante, mais fino. Fiquei imaginado os Mozart, pai e filho, subindo aquelas longas escadarias, esperando na ante câmera para depois serem recebidos no enorme salão de recepção, cheio de decorações e pinturas, para tocarem aos convidados.
O Barroco, aqui, tanto nas igrejas quanto nos palácios, é mais bonito porque têm como base uma pintura clara, branca ou azul suave, com aplicações de talhas, enfeites, pequenos anjos, guirlandas, em dourado, mas em pequena quantidade. E com muita iluminação natural vinda dos vitrais. Não é como as igrejas latinas, inclusive no Brasil, que além de mais escuras, os ornamentos são tantos que não se destacam do conjunto. Só se percebe sua arte quando nos aproximamos.
A cidade tem muitos cafés e salões de chá em praças com fontes e jardins. O mais famoso é o café Winkler, por ficar no alto de um pequeno penhasco, dentro da cidade, que se sobe por um ascensor e oferece ótima visão de tudo, especialmente as torres e abóbodas das igrejas e palácios. Após meu lanche salgado, comi deliciosos Gewürz Busserl , que como todos sabem, são deliciosos pequenos pães de mel com glacê branco, junto a um café com leite quente, neste frio desagradável, festejando minha última noite.
Voltei para o Hotelzinho, agradecendo ele ter aquecedor no quarto. Embora pouco, gostei muito do que vi em Salsburgo.
Hoje, sábado, aconteceram mudanças que nem sonhava em relação ao tempo. Bem cedo, quando olhei pela janela vi uma chuva de flocos que fiquei em dúvida se era neve porque derretia logo. Felizmente passou. Fui para a estação rumo a Viena. Assim que saímos da cidade caiu uma tempestade de neve que só tinha visto em filmes sobre a Rússia. Tudo era branco e quase não se via nada. Pelo caminho, aonde tinha nevado a noite inteira, as casas, os carros, árvores, campos, até os fios elétricos, estavam cobertos de neve. Comecei a ficar preocupado em encontrar esse tempo em Viena. Entretanto, para minha sorte, lá o tempo estava feio, mas com pouca neve. Caiu um pouco em mim, porém logo passou e até saiu o sol. Porém, o frio estava muito forte. Na estação, já comprei o Tour para visão geral, tomei um bonde (tran) e fui me instalar no hotel Kongress, um prédio comum, mas bem movimentado, com grande restaurante embaixo, dando para a rua. O local era muito bom, quase ao lado do belo palácio de Lichtenstein (não confundir com o principado). Como tinha almoçado no trem, já fui direto para o Tour, que durou 3 horas. Viena tem prédios e palácios muito bonitos e imponentes, mas são poucas as avenidas largas e arborizadas e essas construções, às vezes mais bonitas que as de Paris, ficam sem uma boa visibilidade de apreciação em ruas estreitas e acanhadas.
Todos os prédios governamentais, culturais e os palácios principais se concentram numa mesma área central o que facilita muito vê-los, por fora. Assim passamos na praça da Hofbourg com o enorme, circular e antigo palácio imperial, ocupando quase que toda a praça e em frente, um enorme monumento à imperatriz Maria Tereza; o Parlamento, com fachada de colunas gregas; a Ópera oficial que possui um prédio muito grande e bonito e quase ao lado, na mesma avenida a Ópera Popular (ou teatro do povo) com construção menos elaborada; a sede da Universidade e a Rathaus, (Intendência Policial). Há ainda os museus de Arte e o de Ciências, construídos pelo imperador Francisco José.
Passamos pelos palácios do Belvedere, o grande e o pequeno, separados por um belo jardim. O grande Belvedere foi o palácio mais rococó que vi, parecendo um exagerado bolo de noiva imperial. Soube que expõe obras do Klint, por isso vou voltar.
Mas a parte importante da visita e a que mais me interessava foi a visita ao palácio de Schönbrunn, construído pela imperatriz Maria Tereza, no século 18, desejando rivalizar com Versalhes. O palácio é grande e bonito, num jardim belíssimo. Mas Versalhes é bem maior. O estilo da construção é barroco e internamente possui a decoração elegante de paredes claras com aplicações de ornamentos de ouro em pó. Os salões principais têm pinturas nos tetos e quadros pelas paredes. A sala mais majestosa é a da Grande Galeria, com espelhos, cristais, mármores e dourados. Existem também salões um pouco menores, mas curiosos, como o salão chinês, com decoração de peças desse país ou no estilo, muito bonito; o salão de Porcelana (como em outros palácios) sendo este decorado com porcelana de Saxe (alemã); o salão dos Gobelins, com tapeçarias dessa manufatura francesa; o salão de um milhão de florins, preço que custou a douração em ouro em pó, de toda a sua decoração, móveis, objetos, frisos, esculturas nas paredes, etc.
Algumas atrações mais diferenciadas foram: o quarto de Napoleão, que esteve ali duas vezes e depois foi habitado por seu filho Napoleão II, o rei de Roma; o quarto do imperador Francisco José e sua esposa Sissi, com móveis confeccionados com madeira vinda do Brasil (conforme informação da guia).
Obs: Todos os palácios visitados nos diversos países têm coleções de objetos como relógios, porcelanas da melhor qualidade, muita prataria, baixelas de prata dourada e mesmo de ouro, livros raros, pequenas e grandes esculturas, objetos de astronomia antigos, lustres de cristais, tapetes maravilhosos, móveis e quadros espetaculares e belas pinturas nos tetos e paredes e salões diferenciados conforme o interesse de atração dos monarcas e seus arquitetos. Aqui também são assim e serão nos próximos conforme seguir a viagem. Por isso os tenho omitido algumas vezes para não ser tão repetitivo.
Os jardins de Shönbrunn grandes e bonitos ficam atrás do palácio e são cheios de estátuas e fontes. Ao fundo, bem longe, situa-se a "Gloriette", uma espécie de arco-monumento, bonito e bem Rococó, em mármore, com fonte, que fiquei sem saber se era comemorativo ou apenas ornamental, porque o guia era um homem de meia idade tão mal humorado que ninguém perdia tempo em falar com ele. Uma senhora estrangeira ao querer fazer uma pergunta, colocou a mão no braço dele para chamar a atenção e ele a afastou com incrível rispidez e gritando:"- não me toque. Não ponha a mão em mim". Todo mundo ficou pasmado. Devia ser resquício de neurose da guerra.
O que achei interessante nos salões do palácio decorados por pequenos objetos é que eles ficam bem alto, em pequenas estantes, nas paredes, como se para evitar que fossem quebrados ou levados como "souvenir" nas reuniões e festas. Á medida que íamos saindo das salas visitadas, as luzes iam se apagando, numa boa medida de economia de energia. (Imagino o que deva custar a conta de luz numa obra tão intensa, toda iluminada)
Saímos às 18 h., noite fechada e no hotel após descanso, aproveitei para jantar. Saí para andar e descobri um bonde, nº 3, aquecido, que dá uma volta extensa por todo o centro, inclusive, vendo alguns lugares já vistos, só que iluminados.
O povo comum é gentil aqui, mas os empregados como caixeiros, motoristas, condutores e serventes de modo geral são muito mal educados. Em alguns outros países também, os empregados atendentes foram bem mal educados. Não apenas comigo, mas com os próprios nativos. E em Paris, ao contrário do que sempre ouvi, o povo atendente foi educadamente normal. Inclusive quando fui comprar um bilhete de 10 passagens de metrô e tirei o dinheiro da carteira a atendente do guichê me disse para não o exibir assim, porque a estação estava cheia de voleurs (ladrão).
Mas voltando a falar sobre Viena, hoje pela manhã, depois de comprar minha passagem para Veneza, fui ver os dois Belvederes, que me lembraram um pouco o Grand Palais e o Petit Palais de Paris, só que aqui as arquiteturas são mais grandiosas. Entrei no grande para ver as obras de Gustav Klint que tanto admiro. Internamente, o prédio é muito luxuosos, como todos. Vi diversas obras, gostei de todas, especialmente o tão famoso "O Beijo". E se não me falha a memória também ali estava o quadro "A moça Dourada"(embora não tenha certeza se foi ali ou no museu de história antiga que o vi) que décadas depois se envolveu em uma questão judicial, sendo exigida sua devolução pela verdadeira proprietária ao provar que ele havia sido roubado de sua casa pelos nazistas, na 2a. guerra mundial.
Isso me lembrou uma outra viagem, anos após, em Bruges, na Bélgica, quando vi, numa igreja, uma escultura de Michelangelo, "N.Senhora e o menino Jesus", que muito me encantou. Soube que foi comprada no século 16 por comerciante belga e trazida para a cidade. Esta escultura foi roubada por Napoleão, levada a Paris e depois na Restauração em 1815, devolvida a Bruges. Mais tarde foi roubada pelos nazistas na década de 1940 e escondida numa mina abandonada, junto com outras preciosidades. Descoberta, voltou para Bruges. Comento isso porque quanta obra maravilhosa e antiga que hoje apreciamos em museus têm histórias de tantas aventuras, passando por grandes perigos, até voltarem ao seu lugar de origem ou ao seu legítimo dono. Embora tanta arte egípcia e grega ainda estejam nessa situação, roubadas pelos  europeus e não devolvidas.
Na saída, o jardim com sol e céu azul ficou ainda mais bonito. Peguei um tran (bonde) e fui até a catedral de São Estevão, descendo na Kartnerstrasse, rua comercial, mas só para pedestres. A Catedral é de estilo gótico, com uma grande torre e o telhado coberto de cerâmica colorida, o que dá um efeito especial. Como todas as outras, a construção é gótica mas a ornamentação é barroca. Toda ela é muito bonita, antiga e bastante histórica. Havia uma missa cantada com incenso e velas. O clima estava perfeito. Saí respeitosamente e, novamente de tran e mapa na mão, cheguei ao museu de Arte Histórica. Só a construção já me deixou deslumbrado. É um prédio enorme, num belo jardim, com fachada renascentista e grande abóboda. Internamente é muito luxuoso, com mármores, cristais e dourados por todo lado. Suas escadarias são amplas e bonitas, parecendo mais um grande palácio do que um museu. Tem obras variadas como egípcias, gregas e romanas, arte oriental, esculturas, seção de joalheria, de moedas, filatelia, livros raros, objetos sacros e preciosa coleção de quadros. É óbvio que não visitei tudo o que falei, mas vi a arte egípcia, grega e romana, admirado com a qualidade das peças. E fui espiar especialmente os quadros de pintores como Rafael, Velasques, Rembrandt, Holbein, Vermeer, Ticiano. Não imaginava que Viena possuísse um museu assim importante. Foram peças principalmente colecionadas pela família imperial dos Habsburgos e doadas ao museu quando de sua inauguração em 1891. Vários quadros estão reproduzidos em livros por sua importância, como os de Rafael e Velasques.
Saí para fazer um lanche no Mcdonald's e enquanto isso começou a nevar. Mesmo com a neve, acabei indo de tran até a Secession, prédio aonde se iniciou o movimento art-nouveau na cidade e local de reunião dos artistas que adotaram esse estilo em suas obras.
Na volta, por total acaso acabei em frente a Igreja de São Carlos, também obra do Erlach, em formato oval, que queria conhecer.
É impressionante, tendo no altar, São Carlos indo para o céu, rodeado de anjos, santos e nuvens, sob o olho triangular de Deus, cheio de raios dourados. Toda a obra é esculpida em pedra num trabalho admirável. Outras imagens da igreja também são sensacionais. Voltei ao hotel andando pelos jardins do belo palácio Liechtenstein, que como já disse, fica quase ao lado, peguei minha bagagem, um tran e vim para a Sud Banhof esperar meu trem para a Itália, às 9 da noite. Comprei um leito porque a viagem dura a noite toda e espero conseguir dormir.
Enquanto aguardo, pois cheguei muito cedo com medo do tempo piorar, estou comendo delicioso chocolate. Uma alimentação que me surpreendeu e comi bastante aqui em Viena foi Schnitzel, bife de vitela, uma carne muito macia e gostosa. Já que o tema é esse, também o sabor das salsichas foi, sem qualquer dúvida, o melhor que experimentei.
Deixo a Áustria contente por ter vindo e por estar indo. Este frio aumentando só ia me atrapalhar em tudo. Vou para o calor da Itália.














 

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