LIVRO FIO DE CRISTAL - MEU PEDACINHO DE CHÃO - TELENOVELA

       MEU PEDACINHO DE CHÃO

Um pedacinho de paz para o público infantil. E para nós, adultos, também. Veiculada em 1971, como uma produção entre a Rede Globo e a Televisão Cultura, esta Telenovela, de autoria de Benedito Rui Barbosa, já naquela época, tinha a intenção de ensinar às pessoas do campo a necessidade de aprender a ler, higienizar-se, vacinar-se, defender seus direitos trabalhistas e votar, participando da vida sócio-política do Brasil.
Sucesso na época, volta novamente ao “ar”, com o mesmo tema mas com “roupagem” completamente diferente. Para nós, que assistimos há tanto tempo, pareceu estranho, agora, o excesso de cores, de cenários e figurinos, reproduzindo mais um ambiente de fábula do que de realidade. Mas logo compreendemos as intenções do autor e do diretor Luiz Fernando Carvalho, em reproduzirem um mundo de magia, com uma obra totalmente dirigida à fantasia infantil. A criatividade dos personagens, dos elementos de cena, as construções externas e internas dos cenários, a inventividade e luxo dos figurinos, a inovação técnica de edição e as ótimas atuações dos atores, veteranos e novos, tornam a história tão interessante, que é fácil imaginar o prazer de quem assiste.
Felizmente, parece que o tema para às 18h, está retornando ao motivo pelo qual foi criado: levar alegria e aliviar o sofrido mundo ao qual as crianças estão expostas. Desde as extintas TVs Tupi e Excelsior, este horário era consagrado às histórias amenas e divertidas. Com o tempo, isso mudou e passamos a ver as crianças assistindo assassinatos, roubos, sequestros e outras agressividades, nesse horário, e em todos os outros nos quais as telenovelas são emitidas. E, pior ainda, às vezes, participando como atores mirins, em textos adultos, exageradamente dramáticos, sem qualquer respeito psicológico à mente infantil. Mesmo que as cenas sejam gravadas em separado, na TV são vistas inteiras.
É por isso que a boa ideia de reprisarem Meu Pedacinho de Chão, com realização técnica ousada e inovadora e tema tão educativo, bucólico e atraente, merece o grande aplauso de todos nós aos profissionais responsáveis, por terem trazido, novamente, o sonho à Televisão.

Edgard Ribeiro de Amorim – MTB 16.893